Deste módulo 5 a aula que mais me impactou foi a de número 3, que nos fala sobre tempo e dinheiro. Eu não tinha noção, não fazia a menor ideia de que havia uma relação entre tempo e dinheiro e muito menos que tempo está relacionada com a mãe e dinheiro com o pai.
Quando ouvi pela primeira vez essa informação na aula, foi como um despertar para mim, pois passou a fazer uma grande diferença na compreensão de determinados fatos e acontecimentos em minha vida.
Compreendi porque o tempo é para mim tão importante. Graças a Deus eu tenho um bom relacionamento com minha mãe. Nos conflitos familiares eu sempre a defendo, defendo até demais, tentando protege-la, querendo que em tudo, seja sempre feito aquilo que eu penso que seja bom para ela.
Entendi também porque eu era tão apegada ao tempo, acreditando que horário havia de ser cumprido à risca, sem um mínimo de tolerância.
Agora eu vejo que não é preciso tudo isso, pois o tempo pode ser maleável, pois nem sempre vai acontecer do meu jeito, mas pode ser também do jeito do outro. Assim eu me dou conta que o tempo deve ser respeitado para que tudo seja realizado da melhor forma possível, mas que não depende só de mim, pois em algumas situações e momento eu não vou poder mudar nada.
Agora, com o dinheiro, a relação foi um pouco confusa. Sempre tive uma vontade muito grande de ter muito dinheiro, mas ele não veio. Mas também a falta dele nunca foi motivo de desespero. Vejo como, realmente, tudo está ligado com a minha relação com meu pai.
Ele foi sempre muito distante, era bravo, chegava a ser violento por acreditar que se educava com pancadas, mas quando fui me tornando adulta, ele mudou esse comportamento, passou a me tratar bem, a conversar comigo e eu penso que assim ele estava tentando compensar a falta que me fez na infância, porém eu já havia aprendido a viver sem ele.
Assim é também para mim o dinheiro. Se conseguir tê-lo está bem, e se não, também não me incomoda.
Posso dizer que a minha história é muito linda e sofrida. Contar hoje como foi a minha infância, adolescência, juventude e vida adulta é uma tarefa desafiadora, por ter que relatar acontecimentos que parecem inacreditáveis, pois comecei a trabalhar muito cedo.
O meu primeiro serviço foi ajudar cuidar dos irmãos, pois minha mãe trabalhava na roça com o meu pai e aos 5 anos comecei a cozinhar para a minha família e aos treze anos fui trabalhar para outras famílias. Trabalhei como doméstica, lavadeira, e também em uma fábrica de sorvete. Lembrando que a minha mãe sempre dizia: “serviço nenhum tira a dignidade da gente, pelo contrário, ele edifica tudo na vida para quem faz com honestidade”.
De forma que posso dizer que as profissões que tive foram muitas, porém percebo que só o trabalho era muito, - até demais- e lucro mesmo, nada.
Aos 23 anos entrei para a vida religiosa e por ingenuidade cheguei a pensar que seria melhor, financeiramente. Mas não foi bem assim, pois eu estava atrasada nos estudos e fui lutar para concluir os estudos e Graças a Deus pude cursar o Ensino Superior e hoje sinto a satisfação de receber dinheiro pela atividade que faço e, reconhecer a graça de por meio do trabalho realizar a missão.
Eu sou muito grata por tudo, pois Deus é maravilhoso para comigo. Hoje sou missionária no Amazonas, pertenço a Congregação das Irmãs de Jesus Adolescente, que amo muito e, reconheço que nunca me deixou faltar o necessário. Por tudo isso, gratidão. Muita Gratidão.