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QUANTAS COMPREENSÕES SOBRE O MEU SISTEMA...

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Rosinéia Censi Lenfers
nov. 26 - 5 min de leitura
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Estudando o Módulo 2 - As Leis do Amor, lembrei de tudo o que a mãe relatou sobre a sua vida.

O emaranhamento no meu sistema iniciou com a não aceitação do casamento dos meus avós maternos. Um dos empecilhos para o casamento foi a ascendência, minha avó é de origem italiana e meu avô de origem alemã, portuguesa e nativo brasileiro. O segundo problema foi a questão financeira do vô, que não era das melhores no conceito dos bisavós.

O que gera emaranhamentos é sempre a violação desses princípios sistêmicos: exclusão, injustiça, desrespeito, desonra. Portanto, emaranhamentos são consequências da violação dos princípios do pertencimento, compensação e ordem.”

(Guedes, 2015, P.43)

Mesmo assim, meus avós casaram-se e a mãe é a primogênita. Os avós maternos moravam próximos aos bisavós maternos e quando a a mãe tinha menos de um ano de idade, os avós mudaram de cidade deixando ela aos cuidados dos bisas. A mãe acredita que ficou até uns 5 anos de idade na casa deles e relata não lembrar desse período. Conforme estudado, esse é um caso de vínculo de amor interrompido.

Após o nascimento da mãe, a vó teve mais 7 filhos. Um faleceu com 2 anos e 10 meses e isso causou muita tristeza em toda a família. A mãe não sabe informar se a vó teve algum aborto.

“Aqui, neste exemplo em que os pais permitiram que seus pais proibissem o casamento, vemos que eles estão evidentemente ligados à suas famílias de origem. Por isso não cuidam do próprio filho e não estão disponíveis para ele. Aqui a culpa é dos pais da criança e eles devem carregar isso.”

(Hellinger, 2002, P.140)

Como meus bisavós não aceitaram o casamento dos meus avós, a avó materna não teve nenhum tipo de ajuda financeira por parte deles. Por outro lado, os irmãos dela ganharam terrenos e tiveram melhores condições de vida.

A vida dos avós sempre foi de muito trabalho e dificuldades.

Eles trabalhavam na roça. Só não passaram fome porque plantavam alimentos que consumiam. Como na roça era necessária muita mão-de-obra, o avô tirou a mãe da escola para ajudar nos trabalhos de casa e da roça. A mãe conta que sofreu muito com a saída da escola porque ela adorava estudar.

Acredito que se a mãe tivesse a oportunidade de estudar teria progredido muito profissional e intelectualmente. Ela tem um raciocínio muito rápido e adora matemática. De qualquer forma, depois de adulta, após a minha irmã e eu estarmos crescidas, ela retomou os estudos e concluiu os Ensinos Fundamental e Médio. No dia da formatura ela estava radiante de felicidade e nós também!

Meus avós brigavam constantemente e a mãe, primogênita, acabou por vezes a tomar o lugar de mãe porque a vó, durante as brigas com o vô, ameaçava que mataria os filhos e após se suicidaria. O motivo das brigas era porque o vô gostava de ir à “cancha de bocha” e deixava ela sozinha com os filhos.

Toda noite a mãe ficava junto dos irmãos e acabava não dormindo para protegê-los caso a avó tentasse algo contra eles. Ela precisou cuidar de todos os irmãos. Fazia comida, cuidava dos bebês, da casa, da roupa, trabalhava na roça e ainda vivia o clima de medo, insegurança e falta de amor.

Minha mãe contou que em uma das brigas dos meus avós, a avó correu para a cozinha para pegar uma faca e ir pra cima do vô, porém naquele mesmo dia, um pouco antes, a mãe teve a presença de espírito de esconder a faca. A avó ficou procurando a faca por algum tempo e depois desistiu.

Não temos dúvida de que a Providência Divina intuiu minha mãe nessa situação.

“Mas se alguém infringir essa precedência, por exemplo, quando uma criança tenta fazer algo pelos seus pais, o que não lhe compete, por exemplo, uma criança tenta pagar pela culpa dos pais ou quando, por exemplo, como se manifestou nessa família aqui, em que o mais velho se sente responsável pela mãe e pensa que precisa segurá-la em vez de ela segurá-lo, então isso é uma violação da consciência coletiva."

(Hellinger, 2002, P.86)

Devido a todas essas situações a mãe sofre de insônia, depressão, hipertensão, dores na coluna e mais recentemente diabetes. Fez tratamento com psiquiatra e psicoterapeuta que amenizaram um pouco, mas a maior parte permanece.

“A depressão é um vazio, vazio do pai ou vazio da mãe e do algo mais.”

(Guedes, 2015, P.87)

Segundo Hellinger, 2002, P.178, a cura para depressão é:

“Você tem que tomar a mãe no coração e com a mãe em seu coração, dedicar-se ao seu marido e aos seus filhos. Essa é a solução. A mãe preenche o vazio. Tome-a como ela é, com a sua doença, como um todo.”


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