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SENTIMENTOS ROTINEIROS

SENTIMENTOS ROTINEIROS
Cristina Frates Carlotto
nov. 26 - 4 min de leitura
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Vamos levando a vida, achando que tudo o que acontece é normal, que acontece com todo o mundo e para todo o mundo. 

No meu sistema familiar é comum irmãos brigarem.

Existe família em que isso não aconteça? Eu não gosto do Natal, mas antes da vovó materna falecer e antes de eu me casar, eu adorava esta data. Não há nada aparente que explique este sentimento, me sinto sozinha, triste, parece que todos estão tão felizes, se divertindo, menos eu.

Este sofrimento ainda precisa ser curado, mas só agora eu sei. Antes eu achava que o problema era comigo, nunca imaginei que fosse trans geracional. Os meus pais sofreram muito na infância. A mamãe conta que na época do Natal ela podia comer uma comida especial, diferente, então ela e seus irmãos esperavam o ano todo por esta data.

Como as coisas mudam, hoje eu não gosto porque existe muita comida.

Também pude perceber com este módulo que na família da mamãe quase todos sofrem de insônia, vivendo em estado de vigília. Além da descendência de poloneses (descendência de guerra e abandono da pátria) também há ausência do papai que se foi precocemente deixando os seus familiares com muitos problemas financeiros.

Como este povo vai dormir? Eu também sofri desse mal, mas através do conhecimento obtido neste curso maravilhoso eu pude deixar os remédios e descansar nos braços do Senhor.

Como eu tenho dormido bem!

Lembro-me de quando eu era criança, que o papai me contava histórias para dormir. Ele sempre repetia as mesmas: um dia era a história dos Três Porquinhos, outro dia era a história da Chapeuzinho Vermelho. Recentemente aprendi que as histórias com as quais nos identificamos nos remetem a fatos do nosso sistema familiar.

Neste ano eu presenteei a minha filha com uma Constelação e ela voltou com um fato muito interessante: meu trisavô provavelmente estuprou a minha bisavó. A minha vovó teve treze filhos (naquela época as mulheres tinham que servir). Ou seja, as mulheres da minha família vem servindo aos seus maridos pelo simples fato de satisfaze-los. Fatos totalmente em sintonia com a história da Chapeuzinho Vermelho. 

Não sei muito bem qual é a dinâmica da história dos Três Porquinhos, mas o seguinte acontece comigo: 

Sou concursada como professora em um município pequeno no interior do Paraná, assim como o meu marido. Sempre que as coisas começam a melhorar para nós, vem as eleições, muda-se o prefeito, e nós temos que recomeçar tudo de novo. Já estou cansada disso e não quero passar este tipo de vida para os meus filhos. Quero dar um ponto final nesta situação para a minha vida. Meu sonho é me tornar terapeuta.

Olha quanta similaridade... Eu nunca imaginei que aquelas histórias tão inocentes iriam ter tanto significado na vida de uma pessoa.

Mas como fazer para me libertar?

Vejo os meus pais contanto as suas histórias. Ambos deixaram as suas cidades natais e tiveram que buscar o sustento em outros lugares. Agora eu sei e sou grata por tudo o que eles fizeram, mas deixo isso com eles porque não é meu. A partir de agora carregarei apenas o que é meu e serei feliz e seguirei o meu propósito por mim e por eles também.

 

MÓDULO 6


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