O comentário de uma leitora (obrigada, leitora) me inspirou a falar um pouco sobre o tema pedir ajuda.
É bastante comum percebermos que é demasiado difícil para uma boa parte das pessoas admitir que precisou, precisa ou precisará ser ajudada algum dia. E, principalmente, quando se trata das questões emocionais, que aliás, estão envolvidas em absolutamente quase tudo que nos toca viver nessa vida.
No texto que rendeu o comentário eu dizia que precisamos sim procurar ajuda quando estamos em nossa senda de crescimento. Mas, primeiro é preciso reconhecer que em algum momento todos nós precisaremos contar com alguém ou alguma coisa além de nós mesmos.
Nunca é tarefa fácil quando a educação e a sociedade nos classificam com rótulos, tipo: homens não choram, mulheres são fracas. Entendo que a principal razão, ainda que inconsciente, é o controle que se exerce sobre a sociedade para manter a "ordem" que interessa somente a uma pequena parcela.
Somos seres naturalmente emocionais e a negação desse fato tem sido a causa, por séculos a fio, do desintegrar dos modelos de sociedade. Voltados demais para as questões materiais, acabamos por deixar o sistema nos engolir e determinar quem seremos e como viveremos.
No texto em que falei sobre o buscar do autoconhecimento para viver a própria essência, não foquei diretamente na importância de contar com o apoio externo, quando se trata de crescer e evoluir.
Então, quero dizer o que penso sobre isso.
Como alguns dos meus leitores já sabem, tenho um transtorno de ansiedade, e sendo assim, jamais conseguiria a cura sem ajuda profissional.
Foram anos buscando o diagnóstico correto para só depois conseguir encontrar a ajuda adequada.
Eu sempre fui uma buscadora e, admito, nunca tive problema para pedir auxílio. Pelo contrário, eu diria que esse é o meu maior trunfo, peço e aceito de bom grado. E foi isso que me fez chegar até aqui. Mas, de modo geral, sei que sou uma exceção.
O importante é compreendermos e revermos conceitos sobre o que significa ajudar e ser ajudado. Todo ser humano tem no fundo (às vezes, muito fundo) o instinto natural de ajudar. E todos, em algum momento, vão precisar contar com seu próximo.
Podemos partir do princípio que por viver em sociedade, é natural a colaboração mútua em muitas áreas da vida, é bem comum e boa a troca de favores. A nível social isso é fundamental.
Porém, quando se trata da intimidade isso se torna um problema, um bicho de 7 cabeças. A quantia imensa de tabus, de podes e não podes, torna muito difícil o poder confiar, acreditar e se abrir emocionalmente e pedir ajuda. Não é só isso, muitas vezes a repressão foi tanta que nem sequer sabemos reconhecer nossos próprios sentimentos.
O fato é que estamos entrando num novo tempo, onde ser si mesmo será fundamental para avançar. Durante muito tempo estivemos avançando tecnologicamente e é certo que aqueles que não se adaptaram, acabaram ficando para trás.
Muitos profissionais e empresas quebraram porque não conseguiram ou não quiseram avançar.
O que se passa agora é o mesmo, porém o avanço agora é na questão emocional, humana. E quem não estiver preparado, terminará ficando para trás também. Já passamos tempo demais esquecidos que não somos apenas um corpo material vivendo em uma dimensão meramente material.
Há mais de 2000 anos um grande mestre nos trouxe a maior tecnologia de todos os tempos, uma técnica capaz de mover o Universo em todas as suas dimensões, uma ferramenta capaz de fazer fluir qualquer plano, projeto, sonho ou realização.
Chegou a hora de começarmos a fazer uso dessa ferramenta, começando por nós mesmos.
Está mais do que na hora de vivermos no amor.