Eu vi essa frase escrita em algum lugar, e isso me fez pensar muito sobre a questão do estar de passagem e de quem nós realmente somos. A Bíblia diz que fomos criados a imagem e semelhança de Deus, porém o transformamos em um semelhante a nós, basta lembrar da antiga figura do velho barbudo sentado em um trono no mais alto dos céus, mandando seus raios aqui para baixo.
Brincadeiras à parte, tudo aquilo que o ser humano toca, termina por se transformar em matéria, perdendo muito de sua origem, a alma. Deixamos assim, de “ver” e compreender quem somos e o que estamos fazendo nesse plano. Muito se pode falar sobre as questões espírito, alma e corpo, mas não é minha intenção teorizar sobre isso, pois me parece ser um tema que não nos cabe, como seres por demais corpóreos nessa dimensão e desconectados de nossa origem, julgar ou compreendê-lo a fundo.
Mas, então, afinal o que somos? Só posso falar por mim e a forma como entendo. Eu acredito que sim, somos exatamente semelhantes a Deus, por sermos parte dele, assim como os átomos (aos "zilhares") compõem absolutamente tudo o que é físico. Não somos o próprio Deus, assim como as células não são o próprio corpo, mas o compõe.
Eu sempre acreditei que só existe o espírito de Deus, que é o insondável, o onipotente e onipresente. E que nós, suas células multiplicadas, recebemos o nome de alma, que significa “aquilo que anima”, e isso me parece bastante lógico. O corpo físico, portanto, é mais uma parte que compõe o quadro todo.
Por isso, só estamos de passagem, porque a fisicalidade é apenas temporária. Mas, também não considero que sejamos o próprio Espírito, que é o tudo que há, mas como almas em corpos, animamos os planos mais densos e fazemos a evolução do Todo, por meio do próprio Espírito, assim como o corpo todo respira e vive por meio de suas células.
No meu entendimento, o estar de passagem significa que cada vida, cada personalidade, cada história vivida por nós enquanto corpos físicos e sua persona são os elementos que manifestam e formam a experiência do todo, que faz o Espírito experimentar-se, com o único objetivo de expandir sua essência.
Então, o perigo de nos sentirmos absolutamente plenos em um corpo físico denota nossa falta de consciência sobre quem realmente somos e o esquecimento de nossa origem sutil.
Existe uma teoria sobre a Lei do Esquecimento, que algumas filosofias religiosas usam para justificar o fato de esquecermos nossa origem divina e justificando isso como uma benção, pois seria insuportável trazer na memória as "atrocidades" feitas em outras vidas.
Eu não vou filosofar sobre isso, já que não me sinto qualificada para tanto, mas não posso deixar de colocar-me contrária a tal ideia, pois se somos seres que (segundo alguns) programamos nossa própria trajetória, que vantagem real existiria em esquecer o seu plano propositadamente, e simplesmente não conseguir cumpri-lo por falta de informação? Não me parece nada lógico isso, e sei que outras teorias dão explicações diferentes.
O fato é que existem coisas demais "lá fora" que não alcançamos entender, mais que não podemos negar lhes a existência, que vem mostrando (agora, por meio da própria ciência) que somos seres multidimensionais e que estamos nos manifestando, também, nestas outras dimensões mais importantes e relevantes que essa que podemos ver e tocar.
Então, tentar adaptar-se a esse mundo denso, doloroso e limitado é a pior coisa que podemos fazer enquanto almas conscientes, e infelizmente, estamos sendo programados nessa dimensão para não ser realmente o que somos. É claro, que tendo um corpo físico teremos limites, mas que não nos encarceram totalmente, pois que a imaginação e as emoções, sendo a linguagem da alma, existem exatamente para nos levar além das paredes da fisicalidade.
Não hesite em contactar sua própria essência no silêncio e no "vazio" e você verá o porque de estar aqui apenas de passagem.