Quase todo ser humano já teve ou terá uma noite escura da alma.
Mas, do que se trata a noite escura?
Esse termo foi usado pela primeira vez por São João da Cruz, quando foi preso por meses no calabouço da sua própria ordem cristã por conta das suas crenças. Numa noite escura, o sofrimento sentido pela pessoa parece interminável, onde ela atravessa um longo e solitário deserto interior, sente-se sem rumo e desamparada, ainda que existam pessoas queridas em seu entorno.
Nada será igual após essa travessia, de modo que a noite escura se faz em um grande portal de evolução de uma alma.
Do ponto de vista sistêmico, fatos cotidianos normais podem em algum momento se tornar um gatilho de memórias transgeracionais de muito sofrimento, onde o individuo que em ressonância com tais memórias se vê respondendo ao(s) fato(s) de forma totalmente desproporcional em relação a realidade vivida, podendo assim desencadear sintomas de psicose, esquizofrenia, bipolaridade, que refletem a grande trabalho que está sendo feito com o intuito muitas vezes de incluir indivíduos excluídos do seu sistema familiar.
A partir de uma intervenção terapêutica, é possível questionar ao sistema: " Onde, quando e com quem isso foi uma verdade?". Considerando também um olhar de muita empatia, compaixão e respeito à pessoa que está em sacrifício e honra trabalhando pelo sistema e poupando muitos outros de sofrimentos.
A noite escura da alma nos humaniza e nos aproxima da Consciência Maior.