A lealdade que temos com relação aos muros que nos cercaram enquanto crianças nos faz ter medo de cruzar as pontes que surgem para além desses muros.
Talvez a razão desse temor seja que do lado de lá possamos perder algo de nós, que essa perda nos torne diferentes, e, portanto, sem o direito de voltarmos. No entanto, quando olhamos para o futuro e para as próximas gerações e nos conectamos com todos e não mais apenas com os nossos pais, quando compreendemos que todos que vieram antes tiveram de ir um pouco além para conseguir o que conseguiram, compreendemos que talvez seja essa a nossa vez.
Essa percepção nos chega como uma bênção. Nela abençoamos e somos abençoados. Essa bênção nos inclui na grande família. Para além das divisões, da inocência ou da culpa. Para além do óbvio confortante.
Leo Costa - Instituto Alegria