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O AMOR CURANDO AS FERIDAS

O AMOR CURANDO AS FERIDAS
Márcia Regina Valderamos
ago. 28 - 4 min de leitura
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Conduzir uma Constelação é algo tão sagrado! Nunca irei agradecer o suficiente por essa oportunidade preciosa.

O dia 20/08/21 ficará marcado na minha memória como o dia em que vi, na prática, como o amor pode curar os sofrimentos, as dores mais profundas das nossas almas.

Quem recebeu as bênçãos dessa constelação não foram somente a querida N (a chamo assim para não identifica-la) e seu sistema, essa colega dadivosa que colocou seu tema, mas todos nós nos beneficiamos; senti como reverberaram em todos as curas, as compreensões sobre o humano em nós, através do que se passou no Campo.

Enquanto a constelação transcorria, como facilitadora eu senti tão fortemente no meu corpo tantas coisas inomináveis e que os representantes expressavam estar sentindo também.

Ver, ouvir além do aparente, nos leva a ampliar e aprofundar nosso entendimento sobre nossas vicissitudes e fragilidades e vemos o quanto todos, homens mulheres, crianças, seja em que idade ou época for, somos todos passiveis do mesmo corpo de dor. Vimos como os sofrimentos, a dor do abandono, podem transformar seres humanos em pessoas sem condições de expressar afeto ao próximo e também por si próprio.

Foi possível aprender que os atos de perpetradores são originados pela orfandade funcional ou literal e por infâncias sem a proteção da figura paterna. Só é invadido, desrespeitado quem não tem o pai para protege-lo.

Vimos ali o feminino ferido, traumatizado, mas não mais do que o masculino que, por medo, por orfandade funcional ou literal, também tinha as mesmas feridas e, por isso, não conseguiam tratar seus filhos, filhas, com amor de graça, com respeito, não conseguiam ser guardiões.

Não se pode dar, ofertar o que não se tem. Quem não recebeu não pode dar amor e, como nada havia sido curado, ficou nítido o quanto esse padrão foi se repetindo nesse sistema, onde os relacionamentos estavam doentes, abandonados, excluídos, esquecidos.

Os homens puderam voltar para casa e serem recebidos com paz, com respeito e com honras.

As mulheres puderam se sentir amadas, valorizadas e respeitadas por seus companheiros.

Finalmente os filhos e filhas foram vistos, acolhidos e amados! Receberam a permissão da mãe para irem, com a proteção paterna para o mundo, para a vida, liberando a N de sua tarefa, já que o sistema agora está curado e N, por sua vez, agora consciente, viu todos como humanos que são e, aceitando a todos e a tudo como é, sendo grata, pode, de agora em diante, seguir para a sua missão de vida, galgando altos degraus por não estar mais acorrentada às dores do passado, não precisar mais carregar pesos que não são seus.

Agora os relacionamentos estão saudáveis e fluirão com liberdade, respeito, afetuosidade e paz. Os pais foram tomados por N como são e estão reconciliados nela. Os relacionamentos foram abençoados e serão sempre vias de mão dupla onde um dá e o outro recebe, com ordem, pertencimento e equilíbrio.

Ao serem vistos, serem permitidos como pertencentes, amados e acolhidos, todos puderam se sentir aliviados e capazes para seguir em N, tomando posse de conhecimentos, aprendizados, pondo em prática suas potencialidades, dons, criatividade, se realizando, prosperando, sendo saudáveis e felizes.

A paz e o amor reinam a partir de hoje. A águia pode alçar seus voos mais altos.

Gratidão!


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