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O amor da criança apontando para o pai...

O amor da criança apontando para o pai...
Paula Azevedo
out. 6 - 6 min de leitura
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Fugimos das dores e mazelas das nossas famílias, mas a vida se encarrega de nos colocar diante de situações e pessoas que irão nos confrontar com essas mesmas dores e mazelas a fim de que possamos olhá-las, aceitá-las, integrá-las... Com o fim da resistência, podemos nos reconectar com o amor...

Afinal de contas, tudo é sobre e por amor...

Quantas vezes acreditamos que a vida é dura ou injusta conosco quando na verdade, a vida está em sintonia com o Grande Mestre que sabe quais são as lições e conteúdos os quais devemos aprofundar para nosso aperfeiçoamento enquanto seres humanos. Então, ela propõe exatamente aquilo que precisamos aprender, mesmo que na hora, não compreendamos.

Digo isso particularmente porque em minha família de origem, meus pais, tem enfrentando um grande desafio com meu irmão mais novo. Este irmão chegou à família por via adotiva. A situação que ele, um adolescente, tem trazido é uma oportunidade de cura para todos, mas no presente momento estão todos tão emaranhados e envolvidos em suas próprias dores e questões, que o menino e tudo o que ele traz, deixa de ser visto, considerado e por fim, incluído.

Olho para o cenário e vejo muita dor, sofrimento e profunda desconexão... Eu mesma já estive neste lugar e nesta condição... Vejo um menino procurando por sua história, aquela história que chega até nós por meio do corpo, da Biologia... Vejo-o procurando mesmo sem saber, pelos seus pais, também o vejo procurando o seu lugar nesta família e consequentemente no mundo, vejo-o se questionando sobre sua identidade, suas origens, sua função, sua utilidade: Quem eu sou? De onde vim? Para que estou aqui? Quem se importa?

Vejo sua relação com o pai fragilizada, uma conexão fraca com a mãe... Eu vejo este menino como um balão de gás, que uma vez que tenha a linha que o aterra solta ou cortada, não possui mais paradeiro, seguindo assim solto pela vida ao sabor do vento, o que pode até ser uma experiência gostosa, mas sem algo ou alguém que maneje um fio que o traga de volta, tal experiência pode levá-lo para sempre, uma vez que já esteja longe demais, totalmente fora de alcance.

O menino desta história ainda pode ser alcançado, curado, ainda há esperança! Tragédias não tem a obrigação de serem repetidas,  este final pode ser feliz, apesar do risco iminente de uma ruptura...

Eu, Paula, ainda tenho uma visão muito pessimista da vida, acho que espero pelo pior das situações... Aprendi a não ter esperança e a esperar pelo pior das pessoas, principalmente se as pessoas em questão forem do sexo masculino. A consequência desta postura é duvidar e desacreditar do próprio masculino que existe em mim, ou em últimas instâncias querer excluí-lo, apaga-lo ou silenciá-lo em minha vida cotidiana...

Miguel chama a atenção para esse masculino que a família aprendeu a excluir, chama a atenção para os homens que sofrem porque não tem um bom lugar em nossos corações e nossas vidas. Para os homens que tem seu lugar de honra usurpado, para aqueles que foram julgados, condenados, e excluídos... É preciso olhar para os homens além dos julgamentos, das histórias que contamos para satisfazermos nossos egos, a fim de acessar outra realidade e darmos novas respostas aos velhos problemas, às velhas dores, às velhas mazelas, para que enfim haja cura e saúde entre homens e mulheres, pais e filhos.

Muitas vezes, não são necessárias grandes coisas para que haja cura ou uma mudança significativa, às vezes, basta apenas um movimento... Um olhar sem travas, sem filtro, sem julgamento... Ou então em vez de se inclinar para a direita, se incline para a esquerda... Ou estender a mão para aquele que já está aí ao seu lado.

Ter filhos é uma decisão muito corajosa, uma das mais corajosas que alguém pode tomar, pois é a possibilidade de revisitar o passado por meio do filho e curar nossas dores. Muito embora também possamos por meio dos filhos perpetuar o sofrimento das famílias e dos sistemas se não formos conscientes e não conseguirmos enxergar para além das nossas dores e emaranhamentos, o filho, seja ele criança ou adolescente... este ser que é o representante do futuro e da nossa capacidade de levar a vida adiante.

Ainda falando sobre filhos...

Vejo que é difícil para qualquer mãe liberar os filhos, eu penso que a capacidade de gerar alguém dentro do nosso próprio corpo parece nos conferir um direito de propriedade sobre nossas crias. Mas só uma mulher em paz consigo mesma, leva seu filho ao pai... Só uma mulher em paz, entende que ela sozinha não é suficiente, que seu papel não é maior e mais importante do que o do outro e entende que na vida de um filho, pai e mãe possuem o mesmo valor.

Só uma mulher em paz, compreende que a conexão do seu filho com o pai, com o masculino, estão acima de suas dores e conflitos com o mesmo. Um filho não nasceu para servir a mãe ou o pai e sim o contrário... O maior serve o menor, essa é a ordem que traz saúde, estabilidade e paz.

 

Paula Azevedo

 

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