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O BEBÊ SERVINDO...

O BEBÊ SERVINDO...
Ivanda Oliveira
jan. 28 - 7 min de leitura
010

Desde a sua concepção ele vem servindo ao sistema.

Meu neto nasceu com 8 meses de gestação, esta muito conturbada devido a hipertensão gestacional. Teve bom tamanho e peso. Nos 3 primeiros dias teve alguns engasgos que nos assustaram, mas tudo seguia mais ou menos bem... Ele teve problemas com o aleitamento, não conseguia sugar.

Foi muita luta para a mãe, que ficou muito machucada física e emocionalmente, as vezes se desesperando. Fomos ao centro de coleta de leite e a mãe recebeu ajuda. Foi complicado, mas foi melhorando.

Após esta fase eu percebia que as mamadas não estavam indo muito bem. Começou a surgir um pouco de refluxo e a mãe achou que ele estava com cólicas. As idas ao pediatra são a cada 15 dias e foi constatada perda de peso do bebê.

Um dia, depois de uma grande discussão, Nolan teve um refluxo e desfaleceu, no colo do pai. Foi levado ao hospital e depois de realizados alguns exames, suspeitaram de problemas no esôfago. Ainda está no hospital, em observação. Ele está com 60 dias e baixo peso.

Contextualizando.

O parto foi normal mas a gestação não foi nada boa ou tranquila. Eles estavam namorando há poucos meses, quando o meu filho, depois de avaliar a situação, terminou o namoro. A surpresa foi que ela já estava grávida.

Tanto ele quanto ela rejeitaram a gravidez no início, mas assumindo as responsabilidades. A saúde emocional deles ficou muito abalada. Ele sempre deu todo apoio.

Ela começou com problemas de hipertensão e eu entrei no percurso para apoiar.

Eles decidiram que não morariam juntos... Eu ia trazê-la para minha casa para auxiliá-la, pois sua mãe é deficiente e não poderia ajudá-la (ela morava com a avó). Depois meu filho decidiu que morariam juntos, mas sem assumirem um compromisso, apenas por conta do bebê.

A mãe do Nolan, a qual trato como gostaria que minha filha fosse tratada nesta situação, pois necessita de afeto e é boa pessoa, é uma pessoa extremamente ciumenta e cria confusões por nada. Meu filho sempre foi muito tranquilo, fiel sincero, mas viver assim não é fácil para eles.

Ele mora sozinho há mais de 15 anos e quase se casou com outra menina. Sempre teve relacionamentos duradouros.

A mãe do Nolan sempre procura algo para brigar e meu filho preza a paz e diz sempre que não consegue viver em confusão. Esclareceu a ela toda a situação, mas ela não consegue ficar em paz. Depois de algumas brigas ele pediu a ela que fosse para casa dos seus pais. Não quer viver com brigas, principalmente infundadas, o que não é saudável para a criança.

Ela se arrepende e diz que não consegue se controlar. Ela não nunca teve bom relacionamento com o pai...

Seu pai bebia e um determinado dia se descontrolou totalmente e tentou matar a mãe dela, que foi hospitalizada e ficou meses na UTI. Lá descobriram que ela estava grávida de 3 meses, os médicos queriam tirar a criança por ambas terem suas vidas em risco, mas a avó não autorizou, pois ela há muito queria engravidar. 

Tudo deu certo, mas ela saiu do hospital com sequelas deste incidente.  Decidiu continuar com o marido, que continuou a maltratá-la. O marido hoje é bom pai e marido e cuida muito bem da mãe.

Agora a vida do meu filho...

Eu, na gravidez de meu filho, tive problemas...

Meu pai era autoritário e brigou muito comigo, mesmo depois de casada e morando fora, tivemos muitas discussões. Ele era muito preocupado comigo e achava que eu tinha que fazer o que ele queria, não bastasse isto, meu marido na época quis no inicio que eu tirasse o bebê. Foi uma gravidez muito difícil e ele não me dava assistência e atenção, mas tratava muito bem meus outros filhos.

Foi tudo muito conturbado e meu filho, diferentemente dos irmãos, nasceu de uma cesariana e não de parto normal, como eu gostaria. 50 dias após o parto, a minha filha sofreu acidente gravíssimo e foi para UTI, sua vida estava nas mãos de Deus, ela tinha apenas 9 anos.

Eu tive que deixá-lo para cuidar dela, foram 30 dias de hospital. Sofri demais, mas não havia outro jeito. Eu o deixava toda manhã para ir ao hospital cuidar dela e tinha que deixá-la a noite com minha irmã para cuidar dele. Estes momentos foram desgastantes. Já relatei este acontecimento em outra ocasião, quando coloquei o tema para ver se conseguia a constelação, pois meu filho e eu temos problemas de relacionamento.

Pois bem, meu filho busca o amor de mãe, sinto que ele me culpa sempre de algo e é difícil um diálogo. Nós sabemos que me culpa por tê-lo abandonado, mesmo sem querer. Imagino como sentiu todo minha angústia e sofrimento. Racionalmente já conversamos sobre isto, mas não foi suficiente. 

A mãe do Nolan, meu neto, tem problemas sérios com o masculino. Ela tem postura de cobrança com relação ao pai e não vai conseguir nada se uma intervenção não for feita. O pai, meu filho, por sua vez tem problemas com o feminino. É explosão. 

Nolan vem unir os dois sistemas e está querendo dizer que se vocês não se acertarem eu vou adoecer mesmo. Foram uns 4 episódios de brigas em casa com a mãe perdendo o controle, mexendo nas coisas dele para ver se encontra algo, etc.

Nolan está servindo este sistema com lealdade, dizendo que não consegue digerir a situação, que não dá para engolir, está sentindo a energia que não suporta. Ele pede paz e entendimento. Este período do Nolan também corresponde ao mesmo período que tive de deixar meu bebê.

Meu filho dá toda assistência, cuida do bebê, é carinhoso, dá o banho quando chega do trabalho, dá apoio a ela e atenção. Mas falta o carinho, o amor. A carência dela é grande e a cobrança também, mesmo ela sabendo da real situação, há insegurança.

Não sabemos de nenhum caso em nossas famílias que houvesse refluxo em bebês. Ela assume a postura de cobrança com meu filho exatamente como em relação ao pai.

Meu filho, por sua vez, percebe nela algumas atitudes iguais em mim que ele não gosta. Ele não é muito feito a festas, bares e reuniões, fica bem pouco, faz o social, é mais tímido. Eu gosto muito de dançar e ver gente, sou extrovertida como ela, assim ele a recrimina como me recrimina ou cobra, como se cobrasse minha presença quando bebê.

O pai dela tenta suprir sua falha e sua culpa amando muito as crianças e o neto, e eu me sentia muito culpada também. Eu procuro fazer o que posso para auxiliar.

Não está sendo fácil, eles buscam o entendimento com diálogo, orações e auto conhecimento. Precisam de ajuda, de intervenção e estão dispostos a fazer uma constelação familiar.

Eu os vejo, entendo, concordo e busco o equilíbrio. Eu sinto muito por tudo isto

Quanto aprendizado, quanta coisa a ser vista e compreendida.

Gratidão!


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