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O conto do anel e o senso de valor

O conto do anel e o senso de valor
Simone Belkis
jun. 19 - 4 min de leitura
010

Vou lhes contar uma breve história que ouvi anos atrás e que faz cada vez mais sentido para mim. É a história do anel.

"Um rapaz muito simples era muito infeliz porque se sentia desprezado pelas pessoas que viviam em sua pequena vila. Ali também morava um homem muito sábio. Esse rapaz, um belo dia, encheu-se de coragem e decidiu se aconselhar com o tal homem, e chegando a sua casa contou sua triste história. Mas o sábio, ignorando-o, disse:              - Preciso que me faça um favor, vá até o mercado e ofereça esse anel pelo preço de 5 moedas, mas não o venda!!! O rapaz ficou muito decepcionado, mas como não sabia dizer não, foi. Percorreu todo o mercado, oferecendo o anel pelo valor pedido. Mas, ninguém se mostrou interessado. Já desanimado, cansado e confuso, voltou para a casa do sábio, imaginando que agora finalmente seria atendido. Chegando lá, contou ao homem que ninguém se interessou e até mesmo lhe foi oferecido valor menor. Perguntou se agora o sábio poderia lhe dar a resposta que tinha indo buscar. Novamente, o sábio se fez de desentendido e ordenou: - Quero que me faça outro favor, leve o anel agora ao joalheiro e lhe peça 50 moedas, mas não venda, corra lá e volte logo, porque tenho pressa!! Novamente, o rapaz ficou decepcionado e dessa vez chegou mesmo a protestar, e ainda pensou que era muita discrepância de valores. O sábio apenas respondeu. - Vá!! Ao apresentar o anel ao joalheiro, esse lhe disse: - Eu seria muito desonesto se lhe comprasse esse anel por 50 moedas, porque ele bem vale umas 500, porém, tudo o que eu poderia lhe dar por ele agora seriam umas 400 moedas. O rapaz ficou embasbacado, por que nem ele imaginava ter nas mãos uma preciosidade de tanto valor. Ele correu para casa do sábio e lhe contou entre ansioso e assustado a conversa que teve com o joalheiro. O sábio sorriu, convidou a sentar e disse: - Agora posso lhe responder a pergunta, não entregue jamais o seu valor àqueles que não têm competência para avaliá-lo".

Quantas vezes, nós oferecemos o "nosso anel" por muito menos do que vale a pessoas que não têm a menor noção do valor real de ser humano? Quantas vezes, nós mesmos avaliamos nossos iguais por uma escassez de "moedas", desvalorizando e tirando dessas pessoas a autoestima e o amor-próprio? Se você observar, vai perceber que negritei as palavras favor e venda. E pode estar se perguntando o por quê? No meu entendimento o sábio pedia ao próprio rapaz que fizesse a si mesmo o favor de se autoavaliar e que não vendesse seu valor por nenhum preço menor.

Nem sempre será fácil desconsiderarmos as opiniões das pessoas que nos são caras, aquelas que amamos e dedicamos toda a nossa veneração. Ainda assim, essas pessoas (por suas histórias, medos e desconhecimento mesmo) podem nos avaliar por baixo. É preciso estar atento, que ninguém seja melhor que nós mesmos para nos avaliar, sem falsas modéstias, mas com discernimento e muito, muito autoconhecimento. 

O senso de valor próprio é uma das ferramentas mais importantes que temos para preservar nossa humanidade e também é uma das coisas mais atingidas pela cultura e educação a que somos submetidos, principalmente, na infância. Por isso, muitos de nós crescemos com um baixo senso do quanto valemos. É preciso então, conhecer a si mesmo para descobrir se valemos 50 moedas ou menos, ou 500 moedas ou mais.


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