O corpo de dor das crianças manifesta-se por vezes sob a forma de rabugice ou isolamento.
A criança fica mal-humorada, recusa-se a interagir e pode sentar-se a um canto sozinha, agarrada a uma boneca ou a chuchar no dedo.
Também se pode manifestar como um ataque de choro ou de fúria.
A criança grita, pode atirar-se para o chão ou tornar-se destrutiva.
Quando vê as suas necessidades frustradas, tal pode facilmente desencadear o corpo de dor e, num ego em desenvolvimento, a força da necessidade pode ser muito poderosa.
Os pais podem ficar impotentes a olhar, sem compreender nem acreditar no que estão a ver, enquanto o seu anjinho se transforma em apenas alguns segundos num monstrinho.
De onde vem toda esta infelicidade? Interrogam-se. Em maior ou menor proporção, vem da quota-parte do corpo de dor coletivo da humanidade pertencente à criança e que remonta à origem do ego humano.
Porém, a criança pode também já ter absorvido dor dos corpos dos pais e, portanto, estes podem ver na criança um reflexo daquilo que também existe dentro deles.
As crianças muito sensíveis são particularmente afetadas pelo corpo de dor dos pais. Terem de assistir ao drama e à loucura dos pais causa-lhes uma dor emocional quase insuportável, por isso costumam ser estas crianças mais sensíveis que se tornam adultos com corpos de dor densos.
As crianças não se deixam enganar pelos pais que tentam esconder delas o seu corpo de dor, e que dizem um ao outro: Não podemos discutir à frente dos miúdos.
O que isto geralmente significa é que, enquanto os pais aparentam estar a conversar de forma educada, a casa está impregnada de energias negativas.
Os corpos de dor reprimidos são altamente tóxicos, mais ainda do que os corpos expressamente ativos, e essa toxicidade psíquica é absorvida pelas crianças e contribui para o desenvolvimento dos seus próprios corpos de dor.
Campo energético de emoções antigas negativas
Eckhart Tolle (Um Novo Mundo, pág. 141)