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O dia do meu aniversário

O dia do meu aniversário
Flavia dos Santos
nov. 9 - 5 min de leitura
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No dia 29/10/2020 eu completei 31 anos e este ano tem sido de muitas mudanças para mim. Sempre viajo a minha cidade natal, Joinville - SC, para comemorar esta data com os meus pais e amigos porém nunca pensei neste evento com a visão sistêmica, que comemora a vida.

Com os novos conhecimentos que tenho adquirido resolvi fazer diferente desta vez. Celebrei a minha vida e também honrei às vidas dos meus.

No dia eu disse aos meus pais e ao meu irmão que eu faria diferente: levaria flores aos meus familiares que já foram, mas que possuem seus marcos no cemitério.

Ninguém nada, mas todos me apoiaram e foram juntos. Fomos então, meu pai, eu e meu irmão. Minha mãe que trabalha em horário comercial, de segunda à sexta, e não pôde nos acompanhar (acredito que ela tenha gostado de não participar, já que não demonstrou interesse).

A última vez que fui ao cemitério foi em 2005, quando minha avó materna faleceu. Não tenho muitas recordações daquele dia, mesmo sendo uma adolescente na época. Ela foi a única avó que conheci, sempre fomos muito ligadas e até hoje sinto bastante a sua falta. 

Passamos no mercado, compramos flores e nos dirigimos ao cemitério da cidade. Chegando lá tive a sensação de que estava fazendo o certo e estava feliz (sentimento estranho para o local). Meu pai nos guiou até o túmulo dos seus pais, meus avós.

Olhei a foto de dois senhores e não tive conexão, não os conheci, não tenho o costume de olhar fotos antigas. São poucas as que ainda resistem ao tempo.

Fizemos uma oração individual e enquanto cada um fazia a sua, eu abri meus olhos e olhei para meu pai que estava do lado oposto à mim, mais perto das fotos dos seus pais. Tive a sensação de olhar para uma criança, um menino triste e desamparado, tive muita vontade de abraçá-lo porém nada fiz.

Continuei minha oração e agradeci à vida que chegou até mim e disse que os reconhecia como meus avós paternos.

Depois nos dirigimos aos túmulos dos meus avós maternos. Eu jamais saberia chegar sozinha e meu pai e irmão que sabiam o local se viram perdidos, não encontravam... Demoramos para encontrar os túmulos, passamos várias vezes por eles e não enxergávamos as lápides com seus nomes.

Em dado momento me afastei dos dois e me vi perdida em meio a tantos túmulos e  tantas lápides com vários nomes desconhecidos. A sensação era de estar realmente perdida, confusa, um mar de túmulos à minha volta me sufocando, até que finalmente ouvi a voz do meu irmão me chamando e dizendo que haviam encontrado. 

Quando cheguei em frente ao túmulo deles tive a sensação de alívio pois eu pensei: agora encontrei vocês. Quando vejo a foto do meu avô materno que não conheci em vida (não temos fotos dele), tive a sensação de olhar para o meu tio, seu filho. Somente assim pude sentir conexão. 

Minha avó materna parece bem jovem na foto, não tenho essa lembrança dela e me deixou feliz perceber que ela já foi uma mulher jovem e talvez feliz pois a memória que tenho dela é mais velha e com bastante sofrimento por conta do câncer e de todos os problemas de saúde que sempre a acompanharam. Juntos enterrados lá, estão um tio, minha prima Gisele que faleceu aos 7 anos e um primo. Nunca soube da existência dele (morreu com 2 meses de vida).

Eu já tinha ido àquele túmulo outras vezes e nunca percebi essa lápide lá. Me perguntei de como era possível, olhar e não enxergar. Outro fato me chamou atenção, ele nasceu um dia antes de mim, 28/10, porém 13 anos antes, em 1976.

Novamente nós três fizemos nossas orações e eu agradeci à vida e honrei os meus avós. Também reconheci meus primos que simbolicamente se encontram naquele lugar.

Saímos de lá e no rádio do carro tocando uma música com o seguinte refrão “Eu nasci para ser feliz”. Hoje tenho a percepção de que nada é por acaso e que o campo informa o tempo todo.

Percebo as fichas caindo e os reflexos desse exercício na minha vida. Uma das consequências é que fui escolhida para a constelação de ontem, dia 03/11/2020, que eu tanto esperava. Veio na hora certa!

Gratidão à vida, Deus! Gratidão a Mestra Olinda e a todos da Escola Real.


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