Tenho atendido pais e mães, nos últimos anos, na minha oficina de gente em Pindamonhangaba. Atuo como orientador educacional de pais e alunos, apesar de ocupar uma função cotidiana de gestor, como sócio proprietário de uma rede de escolas no Vale do Paraíba, no estado de São Paulo.
É interessante observar as mudanças nas gerações y, z e alfa… Mas, sobretudo, tem sido extraordinário observar como os pais tem apresentado enorme dificuldade de ocupar um lugar claro de grandes, adultos, na relação com os filhos.
Crianças e adolescentes ficam inseguros e carregam muito peso, por ocuparem o espaço entre os casais: de pais separados, divorciados ou mesmo, enfrentando os conflitos daqueles pais que vivem juntos. Tenho observado como estes alunos parecem voar com um motor somente; a exclusão dos pais, pelas mães e avós, ou das mães pelos pais e avós, aparecem com mais frequência… as mães que atendi nos últimos anos apresentam as mais variadas críticas e discordâncias em relação aos pais; estendem as críticas do companheiro, ao homem, ao pai. Vejo um número expressivo de meninos e meninas buscando um pai melhor em coordenadores e professores. Estes adolescentes estão ocupados com o conflito dos pais, estão entre o casal, e ficam como um celular buscando rede de wi-fi, com dificuldade de encontrar seu lugar na escola e no mundo.
Essa dinâmica aparece mais, nos meus atendimentos, com as mulheres… mas pode ser por uma série diferenciada de fatores – a maior, porque os pais se ocupam menos dos filhos na escola. É mais comum atendermos as mães.
O que podemos fazer? Olhamos e escutamos com respeito, e trazemos aquele que está excluído, imediatamente no coração, incluindo o pai ou a mãe que não estão respeitados no sistema. Dessa forma, olhamos para onde as crianças e adolescentes olham.
Este conceito de educador secreto e algumas práticas de atendimento, compartilho em meu livro “uma criança de cada vez”, publicado neste ano pela editora Appris.
Assista meu vídeo sobre o assunto: