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O efeito Coronavírus

O efeito Coronavírus
Simone Belkis
abr. 16 - 4 min de leitura
010

Eu, aqui, confinada nas quatro paredes do meu quarto, e como sempre pensando em alguma coisa. Observo pelas redes sociais como as pessoas têm reagido diante desse momento único da nossa geração. Claro, tantas variadas formas de resposta, quanto pessoas para responder. 

Então, eu fiquei aqui imaginando qual seria o efeito pessoal e exclusivo para cada um de nós. Afinal, todos estamos sendo tocados de alguma maneira por essa desventura, mas certamente, não do mesmo jeito.

Algumas pessoas terão que lidar de forma material com a questão, umas "perdendo" a vida ou entes queridos, outras perdendo o trabalho, a casa alugada, o salário garantido no final do mês, outras tantas perdendo seus negócios ou clientes. Porque, pelo menos nesse momento, muitos serviços se tornarão superflúos. Por outro lado, pessoas que já trabalham via internet conseguirão (nem todas) manter suas vidas materiais mais ou menos em dia. E outras começarão nessa nova empreitada virtual. Já que sabemos que nos setores materiais as coisas não voltarão a ser como antes, por um bom tempo pelo menos. E muitos hábitos serão modificados, por que vamos ter muito tempo para criar novos caminhos neurais.

Outras pessoas terão que lidar com seu medo de morrer, de perder aqueles que amam ou de quem dependem. Talvez, essa seja a melhor maneira de transcender o medo da morte, afinal ela nunca esteve tão evidentemente perto (claro que isso é só um conceito psicológico, porque ela está na esquina de todos nós todos os dias).

Outras pessoas terão que lidar com sua fé ou a falta dela. Com seus questionamentos religiosos, testar de verdade o quanto seus credos lhe são práticos numa hora dessas. Já algumas pessoas poderão ter suas teorias espirituais confirmadas (ou não), reforçando sua fé naquilo que já acreditavam.

Outros, ainda, terão que lidar com suas famílias em confinamento forçado. Alguns divórcios serão o resultado certo disso. Alguns pais acabarão por conhecer seus filhos. Pessoas terão que lidar com sua solidão. Por outro lado, algumas pessoas redescobrirão o amor deixado de lado pela correria do dia a dia. Alguns pais voltarão a ser crianças, ensinando e brincando com seus filhos. Algumas pessoas solitárias descobrirão o quanto são plenas e excelentes companhias para si mesmas.

Existirão aqueles, que em grupos, poderão ser sumariamente exterminados pelo vírus, por causa das condições sociais não atendidas pelo estado. E terão aqueles, que exatamente por essa condição estão praticamente imunes.

Muitos terão que olhar para dentro de si mesmos para perceber o quanto podem ser solidários e amigos, dispostos a ajudar ou admitir diante de seus próprios espelhos que passaram tempo demais olhando apenas o próprio umbigo ( essa será a grande maioria). Ainda outros irão se descobrir voluntários naturais por causas realmente importantes (políticas ou não). E muitos já estão sendo confrontados e desmoralizados publicamente por sua colaboração direta no caos que se instalou nas sociedades.

Terão aqueles que precisaram lutar contra suas compulsões ou se afundarão  em seus excessos, comida, bebida, drogas, cigarros, relações tóxicas. E claro, haverão os que se darão conta que é o momento ideal para começar a cuidar melhor de si mesmos.

As pessoas depressivas ou com outros transtornos emocionais precisaram lidar com suas dores particulares, misturadas agora com as dores das realidades cotidianas (não que algumas já não fizessem isso). Agora, certamente, muitas aproveitarão o momento para buscar uma ajuda efetiva.

As coisas nas mais diversas áreas terão que ser modificadas, a educação, o consumo da cultura, as diretrizes políticas, os interesses econômicos, as relações pessoais, a divisão de renda, a sociedade com um todo.

E a ideia é justamente essa. Tem algo muito maior (e isso é o que eu acredito) tratando de conduzir esse Planeta. Se não foi pelo amor, será pela dor. Senão agora, poderá não ser nunca mais para a humanidade, e aí é game over.


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