Desde muito pequena sou apaixonada e super apegada aos animais.
Minha mãe conta que um dia - por volta dos 04 anos de idade - eu acordei e disse querer uma cachorrinha que se chamaria Pérola. Assim mesmo, só a comuniquei. A Pérola chegou quando completei 06 anos e era a minha alegria e amor, brinquei muito com ela, aprendi e ensinei também.
Quando ela já era uma bela senhora eu já estava trabalhando em mim a nossa despedida, afinal, ela precisava continuar seu processo de evolução e aprender em outros lares. Prestes a completar 17 anos ela faleceu e para mim foi um processo natural.
Quinze dias após a minha despedida da Pérola apareceu a Happy. Já tinha certa maturidade, mas estava precisando de uma lar. A Happy foi muito bem recepcionada em casa, com conforto, amor e tudo o que eu tinha para dar. Ficou conosco somente 03 meses, ela tinha um câncer extremamente agressivo e veio a falecer.
A Happy foi muito importante, me ajudou muito no meu processo de luto, tanto da Pérola como o da minha avó, que se foi um mês antes da partida da Happy. Contudo, esse câncer veio de surpresa para mim, e não tive o processo de despedida e sofri muito com sua partida, na verdade, foi um acumulo de sofrimento, pela Pérola, minha avó e por fim, a Happy.
Parecia que eu já estava vazia e consegui ficar mais ainda.
Assim como ocorreu com a Pérola, comuniquei meus pais que eu teria um novo cachorrinho, a Yoná, e no tempo certo ela apareceria para mim, afinal, eu tinha muito amor para dar e coisas a oferecer, e seria egoísmo guardar só para mim. Meus pais com medo da minha reação no meu processo de luto, fizeram uma surpresa meses depois e enfim a Yoná chegou.
A "Názinha", como eu a chamo, é extremamente carinhosa com todo mundo, nem conhece a pessoa e já abre a barriguinha para receber carinho, faz festa, quer atenção, e é extremamente feliz. Diversas vezes abana o rabo enquanto está dormindo. Ela tem um ano e meio e, apesar de ser filhote e ter energia, duas veterinárias me falaram que ela é hiperativa, ou seja, tem energia de sobra e apronta muito!
Parece criança que quando está quieta, está aprontando alguma coisa.
Nós somos muito apegadas uma a outra e ela é muito parecida comigo, às vezes, ela apronta alguma coisa e eu chamo atenção e ela discute comigo! Começa a latir como se estivesse se defendendo e argumentando, assim como eu faço, eu nem brigo com ela porque seria hipocrisia.
Mas para não ser hipócrita, eu estou melhorando em mim algumas coisas para poder ter autoridade de chamar a atenção dela. Aprendo muito com ela, assim como eu sei que ela aprende muito comigo.
Durante nossos encontros eu a deixo com os meus pais para conseguir prestar atenção na aula e me dedicar. No dia em que foi realizada a constelação para o dia das crianças, em que mostrou que os pais ainda estavam na guerra, a Yoná ficou comigo durante a aula e não parava um minuto, ela pedia colo e logo pedia para descer, eu dava algum brinquedinho para ela se ocupar e não durava 05 minutos, ficou me provocando a aula inteira para brincar. Me esforcei para conseguir dar atenção às duas coisas.
Após a constelação na água ela começou a chorar, eu a peguei no colo e por milagre ela dormiu, passou o resto da aula dormindo no meu colo. Ela estava sentindo todo o campo e a partir do momento em que se encerrou a constelação, ela relaxou e dormiu.
Era a criança brincando e sendo criança, assim que encontrou o pai que estava na guerra, pôde relaxar.
Demorei para fazer esse relato, pois queria ver o comportamento dela após uns dias e tenho notado que ela tem dormido mais. Continua a mesma doidinha agitada que é, mas agora ela consegue relaxar e descansar, não acorda de madrugada para brincar.
Obrigada Olinda e equipe por essa oportunidade.
Yoná agora assiste as aulas comigo.
Foi uma linda constelação.