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O "individualista" e o egoísta

O "individualista" e o egoísta
Simone Belkis
mai. 29 - 5 min de leitura
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A Psicologia explica que o processo de individuação é o desenvolvimento do Self, ou seja, a realização do Si Mesmo, a concretização de ser único. Um processo imprescindível para a evolução humana, uma vez que só se muda a si mesmo e por meio do autoconhecimento. Esse é o conceito de indivíduo. Então, deveríamos usar o adjetivo individualista como definição para aquele que busca realizar-se a si mesmo, já que o sufixo -ista significa aquele que é adepto ou que segue um princípio.

Agora, se você procurar no dicionário o significado de individualista, irá encontrar uma definição muito semelhante à do egoísta. Aquele que manifesta apenas seus próprios interesses e não se (pre)ocupa das necessidades dos outros. É assim que entendemos a pessoa que olha apenas para seu "próprio umbigo". 

Eu imagino, que todo o egoísta seja individualista, mas nem todo individualista é egoísta. Parece estranho? Pode até ser, mas é a mais pura verdade. Vamos entender.

Primeiro, que para que possamos dar valor à vida, precisamos preservar a nossa. Segundo, quem não ama a si mesmo, não tem como amar os outros. Terceiro, como já disse antes, só podemos mudar a nós mesmos. Eu poderia enumerar vários quesitos, mas acho que já é o suficiente para compreender que precisamos pensar em nós mesmos ( por nossa própria cabeça, portanto) em algum momento da vida.

Mas, para que fique ainda mais explícito o meu ponto de vista (deixando claro que essa é a minha visão), devemos considerar um terceiro tipo de pessoa, o "capacho" (e desculpem, se não encontrei palavra melhor). Esse tipo de pessoa abre mão de si mesma em todos os sentidos, apenas por não suportar o abandono e/ou a rejeição. É a pessoa que desconhece o seu senso de valor.

Então, eu entendo o individualista como alguém que apenas parte para a vida, olhando as coisas do seu próprio ponto de vista. Ele não vai negar os pontos de vista alheios, mas irá ponderá-los, comparando-os às suas experiências, e a partir daí, tomará as decisões que sua consciência for capaz de administrar. É bem provável que ceda, caso se perceba equivocado. O individualista será o tipo de ser humano que encontrou o caminho do amor-próprio. É o tipo de pessoa que questiona, que pensa por si mesmo e que tem noção de seu próprio valor. Essas pessoas olham os demais como seus iguais, não como vítimas ou vilões.

O egoísta, por ser alguém que não se sente capaz de nutrir suas próprias necessidades, irá usar os outros como trampolim de seus próprios saltos. Se colocará em primeiro lugar por não ter a empatia para com o seu próximo. Essa pessoa foi forjada, provavelmente, no desamor. E seu senso de valor será exaltado quando o valor do outro for rebaixado. Essas pessoas são vilões para fugir de ser vítima.

E o capacho será aquele que  olhará a vida apenas pelos olhos do outro, por não se sentir capaz de identificar suas próprias necessidades e seus valores. São, em geral, as pessoas com pouco ou nenhum acesso a cultura, educação e autoconhecimento (e isso independente, muitas vezes, de poder aquisitivo). Essas pessoas são as vítimas.

Do meu ponto de vista, esses  tipos nascem de três diferentes formas de encarar sua própria essência. A sociedade está bastante acostumada a valorizar as ideologias como dogmas, como leis verdadeiras e incontestáveis, mas a própria história da humanidade vem mostrando que conceitos e leis também são modificados. Agora, a essência humana jamais muda, uma vez que é (ou deveria ser) o ponto de partida para tudo o que a vida representa.

Penso que essas diferenças têm tido um papel muito relevante nas sociedades, hoje em dia. Essas três formas de se manifestar podem ser observadas no contexto mundial que vivemos hoje, sendo representadas pelas pessoas que  têm tomado posições bem diferentes diante do panorama vigente.

Existem aqueles que estão contestando e agindo, cada um dentro de seu próprio contexto para que o mundo mude, esses são individualistas, porque pedem ao mundo que pense por si mesmo. Existem aqueles que querem manter as coisas tão como estão, não apenas por estarem garantidos na vida e porque estão sobre os demais, muitas dessas pessoas defendem apenas opiniões herdadas, esses são os egoístas. E existem aqueles que precisam que alguém lhes diga o que fazer, para onde ir, em quem acreditar, porque essas pessoas não estão preparadas para atender as necessidades próprias de sua individualidade, precisam seguir alguém. Esses são os capachos.

É importante dizer, que somos uma mescla das três formas, ninguém é parcial em absolutamente nada e nem imparcial em absolutamente tudo. Por isso, ser indivíduo é um processo, um crescimento, uma experiência. É preciso olhar para tudo isso e compreender que somos, por natureza, aptos a sermos indivíduos, mas que isso requer compromisso, consciência e amor próprio.


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