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O LADO “ERRADO” DO PRECONCEITO

O LADO “ERRADO” DO PRECONCEITO
Simone Belkis
mai. 26 - 4 min de leitura
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Inúmeras são as vítimas que o preconceito faz.

Não há o que negar. Os negros, as pessoas com necessidades especiais, os obesos, os idosos, as crianças, as mulheres, os gays, os pobres, os feios, os lindos, os altos, os baixos, os ruivos...     

A lista é imensa.

Mas, na minha opinião, existe um grande erro de concepção. Porque essas pessoas não são vítimas, porque não há nada de errado com elas. Elas apenas estão fora dos padrões vigentes e escolhidos pelas verdadeiras vítimas: os preconceituosos.

Como assim???? Como assim, sim!!!!

Ser “negra” é ser uma pessoa que tem pele escura e uma história de abuso e negação por parte de outras pessoas e de outras etnias, e por isso deve ser hostilizada. Ser uma pessoa “deficiente” é ser alguém que não possui “perfeição” em algum dos sentidos ou dos membros, e por isso deve ser olhada como incapaz e dependente.

Ser “gay” é ter uma orientação sexual diferente da vigente, que deveria ser obedecida porque a natureza assim nos fez, e por isso é assassinado em esquinas. Ser “obeso” é estar com o peso acima do que seria recomendado pela saúde ou pela estética, e que por tanto é feio e doente, por isso deve ser desprezado.

Ser “idoso” é perder o viço da juventude (até por que o que causa a decrepitude é a doença e não a idade avançada) e por esse motivo, deve ser abandonado e desconsiderado. Ser “criança” é ser sábia na inocência e não poder defender-se de igual para igual, e por isso deve ser explorada. Ser “pobre” é não acreditar na abundância da vida, e por isso deve ser tratado como alguém que merece a escassez em que vive. Ser “feio” é não ser esteticamente agradável a certos olhos, e por isso deve ser ridicularizado. Ser “lindo” é ter um rosto ou corpo admiráveis, e por esse motivo ter sua imagem explorada e usada das mais perversas formas.

Ser “alto” é crescer mais que a maioria, e por isso chamar a atenção, causando inveja e, portanto, deve ser taxado por apelidos grosseiros. Ser “baixo” é crescer menos que a maioria, e por isso deve também ser taxado com apelidos grosseiros e agressivos. Ser mulher é ter em si a essência da receptividade e da sensibilidade, que são consideradas características fúteis e de fraqueza, e por isso devem ser tratadas como inferiores aos homens. E ser “ruivo” é ter a cor de cabelo pouco comum, e por esse motivo ser taxado como esquisito ou estranho.

Vale lembrar de algo por demais importante: essas pessoas não são só isso.

E o que há de errado em “ser” o que são?

O erro está em não sermos suficientemente conscientes de nossas próprias limitações e projetarmos no outro a sombra que nos negamos a ver em nós mesmos. Esse é o verdadeiro erro: ser ignorante, não apenas de si mesmo, por se auto desconhecer, mas por desrespeitar e achar bonito o desrespeito. O orgulho de expor sua fúria e violência como quem tem o direito de mostrar toda sua falta de controle em público. E ser sim uma vítima, de si mesmo.

A verdadeira vítima é o preconceituoso. Porque escancara suas limitações inconscientemente, porque se nega a olhar o espelho que revela o preconceito que tem contra si mesmo, o medo que tem de se enxergar.

A base do preconceito é o medo.

É preciso negar que o desconhecido o assusta, que não tem maturidade ou inteligência emocional suficiente para ver a si mesmo como um ser imperfeito e em evolução.

As pessoas que sofrem preconceito são apenas vítimas da violência agressiva e mal educada do preconceituoso e da crença na sua própria falta de valor, porque não somos menos por estarmos fora dos padrões ditados pela ignorância, falta de consciência e desamor humano.

É preciso olhar o preconceito pelo lado certo.

O preconceituoso precisa de ajuda, para aceitar a si mesmo e não mais projetar seus medos, sua carência e, principalmente, sua ignorância sobre os demais. Porque somos diferentes, graças a Deus.

E é a diferença que colore o mundo, mas é a igualdade que o faz amar.


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