Quando eu entendi que é natural nos apaixonarmos por mais de uma pessoa ao mesmo tempo, deixei de ficar confusa e passei a viver aliviada. Porque, afinal, eu pensava: "- Seria certo uma coisa dessas?". Minhas veias moralísticas se esticavam todas (hehe). E eu me culpava. Mas, o alívio serviu de base para compreender que o amor real é construído, e que o amor a primeira vista é algo bem mais raro do que parece.
Embora, também exista.
Mas, antes de qualquer coisa e mais importante que tudo, para podermos usar esse mapa, precisamos saber de que amor estamos falando. Eu, por exemplo, considero AMOR com tudo maiúsculo, o incondicional, que não tem preferência nem de gênero ou de qualquer tipo de categoria, amor é amor e não tem setores. Mas (sempre mas), o ser humano é um aprendiz de tudo, inclusive do amor.
Então, eu aprendi a classificar o amor em graus, e a medida que vamos evoluindo emocionalmente, vamos subindo na escala.
Antes, quando eu ouvia a frase: "- Só o amor não basta!!" Eu julgava uma heresia, porque acreditava que o amor vinha pronto. Não vem!!! Digamos que a fórmula certa (e simplificada, é claro) seria PAIXÃO + COMPROMISSO= AMOR.
Então, o que leva uma pessoa de apaixonada por muitos a amadora de um(a)? A maturidade (outra coisa que eu não conheço muito bem ainda, rsrs!!). Foi isso que entendi.
Passei por experiências muito pontuais para (finalmente) entender.
Encontrar o parceiro certo para a vida implica em uma série de fatores que vão muito além da paixão e da euforia dos primeiros tempos. E eu não sabia disso.
Eu tinha um padrão, uma crença. Pensava que se eu gostasse e o outro também, podíamos (ou melhor, devíamos) enfrentar tudo, porque o sentimento nos ampararia. Mas, descobri que o amor sem compromisso, não enfrenta quase nada, e assim a batalha está perdida antes mesmo de começar.
Mas, não quero ser pessimista, então conto que descobri (igualmente) que, às vezes, a gente ama mesmo sem conseguir se comprometer, porque quando o medo é maior, não conseguimos amar por inteiro, ainda que amemos, e isso foi para mim uma dádiva, afinal tendia a acreditar que nunca era amada.
E, então, quando nos percebemos incapazes de nos comprometer, seja pelo motivo que for, estamos (ou deixamos os outros) livres para partir em busca de uma paixão que se torne um amor que assuma um compromisso. Por isso, muitas paixões (a natureza não é boba).
Dizem que o oposto do amor é o ódio, eu (educadamente) discordo, o seu oposto é o medo, porque é ele que cria tudo o que se opõe ao amor.
Mas, o real motivo de escrever esse artigo, é contar-lhes que já me apaixonei muitas vezes, porque é bom e todo mundo gosta. Fiz confusões, sofri, fiz sofrer, e principalmente, aprendi que minha vida é mesmo movida a amor (e todas as vidas são). Podemos fugir dos formatos mais complexos, como o amor romântico, por exemplo, mas só seremos realizados se amarmos, nem que seja nossas realizações ou nós mesmos.
De fato, o que importa é aprender que podemos criar laços ou vínculos com pessoas diferentes quando estamos em busca do amor, afinamo-nos com vários gostos diversos, queremos juntar todas as qualidades em um ser apenas. Essas experiências poderiam ser bem didáticas se não fôssemos tão afobados (e qual apaixonado não se afoba?), mas ao escolher aquele ou aquela que será o/a eleito(a) do nosso coração, vamos precisar de muita consciência, maturidade, compromisso e respeito, porque do resto a magia do amor cuida.
*O título faz referência ao livro Mapa do Amor, do Psicólogo Ailton Amélio, que aliás eu recomendo.
