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O MARTELO ME ENSINOU

O MARTELO ME ENSINOU
Simone Belkis
jun. 1 - 4 min de leitura
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Então, venho aqui para contar a vocês sobre a lição que um martelo me ensinou. Não se preocupem!!! Ele não falou comigo. Hehe.

Anos atrás, uma parte da minha cama tinha quebrado, e eu não quis incomodar o meu pai pedindo que consertasse, porque ele tinha feito uma cirurgia nos joelhos e ainda estava em recuperação.

Então, eu mesma resolvi "fazer" o serviço. Resumo da ópera: Não consegui consertar e acabei apelando para ele. E o que ele fez? Com 3 marteladas (precisas e muito bem dadas) resolveu o problema. 

O que eu aprendi com isso?

Que por mais simples que seja a tarefa é preciso ser hábil ou estar disposto e aberto a aprender. Muitas vezes, nós acreditamos que estamos preparados para ser ou fazer qualquer coisa, desde as mais simples às mais complexas, simplesmente por que nos achamos capacitados, inteligentes ou (admitamos) presunçosos.

Anos se passaram, eu ainda tenho, às vezes, a oportunidade de me lembrar do martelo e da habilidade que meu pai adquiriu em anos usando a ferramenta. Se eu mesma não tivesse tentado e falhado, não saberia dar o devido valor àquela "simples" habilidade.

Mas, porque estou falando disso?

Porque eu me coloquei, ainda que muito bem intencionada, em uma situação onde a minha habilidade com o"martelo" não era o suficiente para resolver um problema, aliás bem mais complicado que uma cama quebrada.

Eu quis ajudar uma pessoa, que está passando por um momento emocional muito difícil, e sua história não é diferente da que eu vivi anos atrás. Eu entendi que por ter passado pela mesma experiência e ter superado, eu poderia mostrar a ela um caminho.

Eu estava enganada. E por quê?

Porque o caminho que fiz era meu, e embora as ferramentas que eu tinha utilizado fossem comuns para muitos, como um martelo por exemplo, a pessoa não estava pronta para manuseá-las. Assim como eu, quando quis pregar a cama, sem saber usar corretamente o martelo.

Eu poderia culpar a pessoa por sua inabilidade em manusear "o martelo", mas assim eu estaria me isentando da presunção de achar que eu, por viver minha própria experiência e vencer, poderia passar por cima das necessidades não anteriormente atendidas da pessoa.

Foi isso que eu fiz, quando tentei pregar a cama sem saber usar o martelo. Passei por cima do fato de não saber usá-lo. Bati no dedo!!!! hehe. E "bati no dedo" quando tentei ajudar uma pessoa pelo simples fato de ter compaixão e  despreparo para lidar com a inabilidade dela.

Então, com essa experiência eu aprendi duas coisas importantes. Primeiro, quando precisarmos de ajuda, precisaremos também saber em que podemos ser ajudados, porque talvez aquilo que o outro pode nos oferecer ainda não seja aquilo que somos capazes de assimilar. Ou seja menos do que precisamos.

E o segundo, quando nos propusermos a ajudar, precisamos primeiro saber o que a pessoa realmente precisa naquele dado momento e avaliar se aquilo que podemos oferecer está aquém ou além daquilo que ela pode receber.

O mais interessante é que eu já havia "entendido" esse princípio, lendo o livro "O monge e o executivo", que fala justamente da capacidade de saber perguntar ao outro o que ele precisa.

Mas, foi com o martelo que "compreendi" o que isso significa.

E teve outra lição também, eu pude ter mais uma vez a comprovação que aquilo que entendemos não é nem de perto aquilo que compreendemos, porque para entender, basta o intelecto (ver o martelo sendo usado), mas para compreender é preciso consciência (aprender a usar o martelo).

Viva o martelo!!! Hehe.


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