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O nascimento de um novo Ser...

O nascimento de um novo Ser...
Laylla Coelho
out. 25 - 6 min de leitura
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O Parto: Um encontro com o ser que estará a partir de agora comigo na minha vida toda! Uma parte muito grande e importante de nós dois como casal, um continuar... como espécie, como família, como sentido da vida.

É muito difícil escrever em palavras um sentimento, sim, porque parir não é algo mental, são apenas sensações e sentimentos...
Eu posso encaminhar meu relato de parto por áudio para quem quiser, que fiz logo após ela nascer, está com muito mais emoção, tem até o chorinho dela no fundo.

Meu trabalho de parto iniciou numa quarta a tarde e tive contrações ritmadas por 36 horas, com dor, mas uma dor suportável. Onde continuei a vida normalmente, caminhei, dancei, nadei, comi, namorei, aproveitei cada segundo, porque sabia que minha filha logo estaria comigo.

Na sexta pela manhã, às 06 h minha bolsa estourou e então entrei em trabalho de parto ativo, as parteiras foram chamadas, e nesse momento entrei na partolândia, uma grande alteração de consciência que nos faz entrar em contacto conosco profundamente, sim, existe a dor, mas ela vem para chamar-nos nesse profundo encontro de você com você mesmo, se não houvesse a dor, não haveria como parir.

Porque a dor te faz conectar-se a somente esse evento, se não, iríamos fazer outras coisas, e então o corpo te chama, te traz para o hoje...
Nunca tinha tido um estado tão grande de meditação e presença, quanto nessas horas, e graças as contrações.

Ao mesmo tempo nas contrações pude soltar meu quadril, mexia ele de forma que nunca tinha feito antes, como uma dança, mais ao mesmo tempo como abertura.

Fui a vários lugares da casa para aliviar a pressão que as contrações exerciam, fui do chuveiro, para a banheira de hidromassagem, depois fui para a banheira de parto, depois andei e dancei, vociferei sons que não entendia, como um mantra indígena ou uma língua pentecostal...

Quando cheguei no momento de transição, normalmente o momento onde achamos que vamos morrer no parto, que é do 8 para 9 cm de dilatação, eu quis desistir, como uma menina mimada que sou, olhei a todos e disse "não quero mais", fui para a cama fiz um bico e então veio uma nova contração, bem forte, a me lembrar que apesar de estar a adorar tudo e sentir a realizar um sonho, aquilo não era uma brincadeira que eu podia desistir, era um portal, um preparo para ser mãe.

Bom, logo depois Naoli Vinaver, fez um toque, o único toque em todo o trabalho de parto, e constatou realmente estar quase lá, 8 cm de dilatação do colo uterino.

Mais algum tempo (não sei quanto, porque nunca olhei no relógio durante o processo) eu tive uma nova alteração de comportamento e sensação.

Algo em mim, como uma leoa, se tornou alerta, atenta, voraz, forte, e tive muita vontade de fazer força, como fazer uma grande cocô.
Eu já tinha falado a minha sobrinha que parir era fazer um grande cocô, mas me recriminaram por dizer isso.

Tanto que me senti super a vontade com os pés no chão a fazer força, até sonhei parir na banheira, mas ela me deixava muito flutuante, eu precisava de terra, de força.

E então com puxos fortes e dessa vez com muitos gritos de força, a minha bebe nasceu, após apenas 1 hora de puxos, e graças ao instinto, porque ao nascer soubemos que ela tinha o cordão ligado não a placenta mas as membranas.

Pari de cócoras, no chão, sem nenhuma laceração .

Ela nasceu com apgar 8-9, e depois de 1 minuto apgar 10.
Nasceu nos braços do pai João Riva, que foi a primeira pessoa a toca-la, e que cortou seu cordão umbilical após 20 minutos do nascimento.

Ela ficou ali ligada a mim, por ainda muito tempo, ela nos olhou com olhos grandes e arregalados e nós a ela, num imprint perfeito.

Depois eu a peguei no colo, toda desengonçada como mãe de primeira viagem, e a coloquei na mama. Enquanto isso minha placenta nasceu, dequitou.

Ficamos a namorar ela, eu e o João Riva, a olhar aquilo que fizemos, construimos, criamos, um ser perfeito, linda, querida e doce. Sim, eu sempre soube que ela assim seria, já sentia na barriga.

A Ana Clara logo foi ao colo do pai e eu fui tomar banho, sim, e até lavei o cabelo. Depois voltamos os dois a olhar apaixonadamente para ela, incansavelmente.

Até agora ainda fazemos isso...

Porque é tão grandioso e perfeito tudo isso, que por vezes temos dificuldade de acreditar ser possível tanta felicidade.

Obrigada a todos, principalmente minhas parteiras e minha mãe Gizelda Marques, um cuidado maternal.

Ana Clara é como sabemos, o melhor de nós dois...

E devo muito dessa força a minha mestra Olinda, que me ensinou no meu caminho a honrar pai e mãe e os aceitá-los e amá-los, por isso posso agora ser mãe, e sei ser a melhor mãe para a Ana, por isso ela nos escolheu como pais, e nós a ela.

Também muito do conquistado vem do Renascimento e do meu trabalho como Doula, cada um no seu momento me trouxeram ferramentas suficientes para me sentir plena.

Grata a toda minha querência, como fala a Olinda, de curar tudo que eu via e conseguia enxergar que precisava de cuidado.

Ainda haverá sempre o que cuidar e curar... Por que estamos aqui na Terra para realizar isso, cuidado e amor. E se eu me curo, posso curar também um pouco do outro.


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