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O que aprendi de verdade?

O que aprendi de verdade?
Débora Carvalho
jan. 5 - 7 min de leitura
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Todos os membros familiares são inexoravelmente ligados pelos laços do destino. O laço de destino mais forte é entre pais e filhos. Atua também de maneira forte entre irmão e entre homem e mulher. Um vínculo especial surge em relação àqueles que cederam lugar a outros membros familiares e particularmente forte em relação aqueles que tiveram um destino difícil; por exemplo, o vínculo dos filhos de um segundo casamento com a primeira mulher do pai, que morreu no parto. - Bert Hellinger, em “O Amor do Espírito”

O que aprendi de verdade é que mais cedo ou mais tarde, em algum momento nós seremos convidados a olhar para nossas dores. Querendo ou não, ela virá para se apresentar para nós; a noite escura da alma vem e se mostra com várias roupas diferentes. Uma hora ela se veste de tristeza, outra hora ela veste um sintoma de doença, outras vezes de dinâmicas ligadas ao fracasso nos relacionamentos, perdas de emprego, falências empresariais, abortos, depressão, confusão metal, déficit de atenção e hiperatividade, falta de dinheiro, medo de não prover a própria vida entre outros.

Dentro de alguns contextos de fracassos que vivenciei, posso dizer que era o amor me convocando, me movendo para olhar para tarefas que ficaram em aberto dentro de mim. Para unir e incluir o que estava separado e excluído e para ordenar algumas necessidades mais profundas no contexto familiar, que se mostrava através mim, através dos meus sentimentos e comportamentos, um amor cego. Esse amor cego é um amor profundo, que apontava muitas vezes para algo, que minha família precisava olhar e incluir. No meu caso era um histórico de varias exclusões que foram “esquecidas” e precisavam ter os seus lugares no coração da família. Como por exemplo, abortos, meio irmãos, parceiros anteriores de meus pais, amores não vividos, mortes prematuras.

O que aprendi de verdade é que existe um movimento do espírito que nos guia para o essencial e muitas vezes, estamos inseridos em destinos de muita dor e sofrimento que experenciamos através de relacionamentos destrutivos e de nossas memórias transgeracionais, a fim de que nos conectemos verdadeiramente com a força de nossos ancestrais, para olhar para o essencial e o que verdadeiramente importa em nossa vida, o nosso sistema familiar.

Ah, que bom que sei que existe essa ordem oculta atuando em nossa vida.

Todos temos momentos decisivos, que nos obrigam a parar para olhar para dentro de nós mesmos e repensar quem somos de verdade. E a boa notícia é que você pode escolher enfrentar os momentos difíceis. Mesmo que você tenha feito tudo o que pôde e ainda assim não parece ser o bastante. Mesmo que você já tenha tentado de tudo e ainda assim, você sente-se perdido, carregando uma dor que parece ser desproporcional ao seu contexto e ainda parece não enxergar a luz no final do túnel.

A noite escura da alma se apresenta de várias formas, como um convite para olhar para o essencial, quando você perde um ente querido, quando seu grande amor vai embora, quando você é traído, quando pessoas importantes para você viram as costas em um momento em que você mais precisa.

O que você faz quando você já fez de tudo? E mesmo assim parece não sair do lugar? Eu descobri que é preciso se manter firme. Continuar caminhando, mesmo que a sua fé "inabalável", foi abalada. Só por meio deste processo fui capaz de compreender e descobrir minha própria força.

É nas noites mais escuras que podemos enxergar as mais lindas e mais brilhantes estrelas. Foi meditando, rezando, constelando, que eu aprendi de verdade que o que realmente mede sua coragem não é o fato de você ter alcançado ou não seu objetivo, é de ter decidido levantar e sacudir a poeira, independentemente de quantas vezes tenha fracassado.

Sei que não é fácil, mas o que eu sei de verdade é que ter a coragem de erguer a cabeça e ir atrás de seus sonhos, por mais loucos que pareçam, lhe renderá a maior recompensa e a maior aventura da sua vida. E sabe o que é mais louco ainda? Agora mesmo, esteja onde estiver, tudo o que você precisa fazer é decidir. Recomeçar.

Dentro deste processo eu me permiti recomeçar, ser um tanto diferente. Eu aprendi a aprender, então aprendi uma nova visão, uma nova linguagem. Fui me redescobrindo, construí novos conhecimentos, fui encontrando novas ferramentas, aprendi a me comunicar melhor com Deus, aprendi sobre alguns valores imprescindíveis como humildade, resiliência, benevolência, ter compaixão por mim mesma. Meu ego está sabendo quem comanda agora.

Esse período de noite escura foi para mim um processo intenso, profundo, dilacerante, até o momento em que entendi que eu precisava parar de resistir e me entregar para esse movimento do espírito, para esse processo de alquimia da alma que durou 30 anos.

O que eu aprendi de verdade é que estruturas velhas e enferrujadas vão se transformando e se iluminando.

E o que eu aprendi de verdade é que eu precisava me reconciliar comigo mesma, com meus pais, com meus irmãos com minha profissão, com minha vida. Concordar com a vida, com tudo o que ela representava e representa para mim, sobre o preço que isso custa. Então o que eu achei que era um absurdo, na realidade são verdadeiras graças acontecendo, digo graças espirituais, essas são moedas de valores inestimáveis.

Hoje, aos 30 anos posso agradecer esse amor que veio como uma noite escura para mim. Posso honrar, agradecer, reverenciar, me curvar... enfim... me despedir, na certeza de que, toda vez que sair do ritmo e trilhar um caminho diferente de meu propósito, posso senti-la novamente, em maior ou em menor proporção. Eu posso apenas parar, me sintonizar e escutar a mensagem que ela está me trazendo.

O que eu aprendi de verdade é que a vida é cheia de tesouros maravilhosos, e um desses tesouros se chama Olinda Guedes (https://sabersistemico.com.br/@olindaguedes), que foi através dos seus ensinamentos, em uma de suas jornadas de cura, no curso de formação em Constelação Familiar, que posso hoje experimentar a liberdade, a sensação de plenitude e pertencimento.

O que eu aprendi de verdade é que todos os dias podem ser um ponto de virada, todos os dias você pode decidir uma nova maneira de viver sua própria vida.

O que realmente é possível fazer na sua vida? Você pode imaginar, qual será a sensação, de quando você passar de onde está hoje, para um ponto aonde você quer estar? Você está onde você quer?     

Débora Carvalho


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