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O QUE DEIXEI DE FAZER PARA MUDAR O MUNDO?

O QUE DEIXEI DE FAZER PARA MUDAR O MUNDO?
Simone Belkis
fev. 12 - 4 min de leitura
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Esse ano, Rosa Parks completaria 109 anos. Motivo para comemorar!!! Ou não?

Para quem não conhece sua história, Rosa Parks foi a primeira negra que, em 1955, recusou-se a levantar e ceder seu lugar em um ônibus para um homem branco.

E isso era lei. Ela foi presa.

Mas, sua atitude e sua prisão moveram toda a comunidade negra de sua pequena cidade. Essas pessoas se mobilizaram em um esquema de caronas, sem prejudicar-se, e fizeram um boicote às linhas de transporte coletivo. Essa atitude, causando grande prejuízo aos cofres da cidade, obrigou a revogarem essa lei.

Uma história de coragem, sabedoria e autorrespeito. Sendo exemplo para seus pares, Rosa Parks, sozinha, mudou a história de uma comunidade em um país inteiro.

Mas, você pode achar que estou escrevendo apenas para homenagear uma mulher negra, como eu. Sim e não. Quero mesmo, além de honrar sua atitude e nossa etnia, frisar o que seu exemplo causou na população que vivia os mesmos desafios que, ela sozinha, decidiu enfrentar.

 Podemos (ou não) imaginar como era a vida de cada um desses homens e mulheres, que oprimidos, sofriam os mais variados tipos de preconceito. Talvez, você ainda não tenha percebido onde desejo chegar, vamos entender então. 

Como exemplo, usarei a situação que vivemos no Brasil, porque é a que conheço e que envolve muitas pessoas negras e não negras. As leis desse país (e de muitos outros) estão sendo criadas para beneficiar pequenos grupos que controlam grandes interesses, mas parece que a maioria da população não se dá conta desse fato.

Vamos usar o exemplo da gasolina (e olha que eu nem dirijo), não sei quantos foram os aumentos praticados no ano passado, mas como em minha casa temos carros, costumo ouvir reclamações sobre os aumentos que parecem mal esperar por um, para que já chegue outro.

Então? Quem teria a coragem de tomar uma atitude e começar a dizer NÃO??

Quem se prontificaria a sair de seus hábitos (in)cômodos e encontrar soluções coletivas para frear os abusos???

Um dia desses, um amigo comentava no Facebook que o verdureiro de seu bairro lhe disse: - Enquanto as pessoas pagarem, os preços não deixarão de subir.

A grande questão que desejo levantar aqui é o nível de consciência que precisaríamos ter para viver realmente em comunidade. Onde não apenas a minha vontade (ou a falta dela) representa algo importante para o contexto. 

Obviamente, nesse contexto e em muitos outros semelhantes, existem pessoas que por consciência ou necessidade, deixaram de usar gasolina ou outros tipos de produtos com valores impagáveis para elas.

Mas, não teremos grandes notícias sobre essas pessoas, já que se sabe apenas das reclamações e (in)conformidades veladas e sem atitude, ou ainda, os sacrifícios de alguns e as facilidades de outros de "triblarem" a inflação. 

Posso dar outro exemplo, anos atrás li uma reportagem sobre o aumento da gasolina (ela de novo) em uma cidade da Alemanha. A população como forma de protesto, deixou seus carros parados na rua e foram a seus afazeres a pé.

Resultado? No dia seguinte, o preço do combustível foi reajustado. 

Quantos de nós seriamos capazes de fazer o mesmo?? (Será que eu ouvi uma vaia?? Hehe). 

Essa é a triste verdade, que não envolve apenas a falta de cultura, mas traz consigo uma pitada (ou várias) de egocentrismo e (porque não) vitimismo.

Vivemos em uma "comunidade" onde minhas necessidades (de criança ferida) veem em primeiríssimo lugar e onde as necessidades dos outros só me fazem caso se estiverem indo contra algo que é de meu interesse pessoal e intransferível.

Será preciso muito mais que um simples texto para fazer a humanidade, como um todo, compreender o que a frase: "nenhum homem é uma ilha" realmente significa.

Mas, não quero deixar de citar também, pessoas que por consciência e respeito deixam de pensar apenas nos seus interesses e se ocupam de fazer diferente, fazendo frente a todos os desmandos que lhe sejam possível enfrentar. 

São muitas essas pessoas, que como Rosa Parks, têm a coragem de fazer o que é certo, mas ainda são insuficientes para que o NÃO seja ouvido.


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