Significa que não vemos apenas o aluno, mas também os pais do aluno.
Uma professora me falou certa vez que, quando está diante de uma classe com 20 alunos, não vê apenas 20 pessoas, mas sim 60, pois os pais também estão incluídos.
Quando o professor também vê os pais dos alunos por trás deles, ele os entende. Ao mesmo tempo, sente por trás de si seus próprios pais e ancestrais.
Um professor se acrescenta a outros. Antes dele, vieram os pais. Eles deram a vida a seus filhos. Esse é o maior serviço que alguém pode prestar. O professor apoia os pais. Quando vê os alunos, vê seus pais por trás deles. Acolhe seus pais no coração, como eles forem, pois todos os pais são perfeitos. Como pais, são perfeitos. Fizeram tudo certo ao passarem a vida adiante. Não retiveram nada, assim como não puderam acrescentar nada. Transmitiram o que receberam. Desse ponto de vista, só existem pais perfeitos.
Alguns pais tem dificuldades para criar os filhos porque também vieram de uma família que fez tudo certo, pois as famílias são diferentes. Mas todas estão certas. Por isso, quando um professor se depara com uma criança, irá honrar a particularidade de sua família, sem a ideia de que ela deveria ser diferente.
Quando olhamos para a vida, vemos sua diversidade. Além de cada pessoa ser diferente das outras, cada família é diferente das outras. Entretanto, toda família transmite algo especial aos filhos.
As vezes, existe a ideia de que existe uma família ideal e de que as outras famílias deveriam segui-la. No entanto, em uma família que talvez consideremos difícil e na qual os filhos vivenciem coisas pesadas, o difícil e o pesado dão as crianças uma força especial: uma força que as crianças provenientes de uma família ideal possuem. Por isso, a atitude fundamental que mais serve a vida é aquela com a qual concordamos com tudo como é. Sem precisar modificar nada.
Trecho do livro:
Olhando para a alma das crianças- Bert Hellinger
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Suzana Langner