Olá, mestra Olinda Guedes!
Você poderia explicar o porquê de tantas pessoas recorrerem ao uso de tatuagens?
Converso com muitas delas e é comum ouvir de quem as tem, dizer que se transformam em algo compulsório: se faz a primeira fica detentor de um movimento interno de fazer outra, fazer mais, fazer muitas.
Existe alguma dinâmica que mobiliza realizá-las?
Obrigada pela atenção e disposição no compartilhar conhecimentos.
Querida Aluna!
Quando eu era criança era a campeã de casa em riscar os móveis, uma prateleira e duas mesas e um guarda louças. Pouca coisa, não é? Imagine a chateação da minha mãe.
Hoje vejo meus filhos, eles adoram riscar as mãos, os braços, o rosto. Gostam de pintar, inclusive colorido. Eu me importo? Não sei, mas confesso que me assusto, por vezes. Outras vezes, rio por dentro.
Certo é que: somos seres divertidos e movidos por imagens internas. Somos seres visuais, gostamos de mudar o mundo, pintar, colorir, mover. Somos criativos, criaturas.
Talvez o que faça alguém não parar seja realmente um desejo inconsciente de camuflagem, sabe? O camaleão? Ou até mesmo o ato de recriar-se.
Sabemos também que há muitos povos cuja tradição é pintar-se, furar-se. Como códigos sociais, de comunicação e interação.
Eu sempre desconfio do termo “compulsório”. O que há num movimento que alguém se diz conduzido por ele? Talvez aí sim seria interessante pesquisar e colocar esse tema. Eu tenho a impressão que tudo o que é “compulsório” significa “excluído” – não serei mais ignorado, agora me mostro.
Eu já senti um impulso de escrever o nome de meus filhos em meu corpo. E senti uma alegria grande em pensar em fazer isso.
O certo é que tudo o que fazemos nos revela. Mesmo o que não fazemos. Então, eu diria: se alguém quiser colocar suas tatuagens como tema para Constelar, conte para mim. Eu ficarei feliz em saber o que se mostrou.
Mas, se alguém também quiser colocar o tema: “Porque jamais me tatuaria”, também vou ler curiosa o relato.
Eu amo meu corpo, se perceber que algo representa alguma forma de tortura, não o farei. Penso que em minha memória transgeracional há muitas imagens de tortura, se não de pessoas, de animais. Liberdade e respeito são valores únicos para mim.
E para você o que significa?
OLINDA GUEDES é mãe da Nina e Camila Maria, apaixonada pela vida, escreve com o coração o que cabe em palavras. É mãe de mais outros cinco príncipes na terra, e quatro anjos no céu.
Pensou também fazer uma pequena homenagem aos seus pais.
Conduz, no Instituto Anauê-Teiño, a Escola de Saberes Úteis. Uma iniciativa cujo objetivo é trocar saberes das diversas ciências com o propósito de uma vida mais feliz, próspera e saudável.
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