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O SABOTADOR É O SEU HERÓI PARTICULAR

O SABOTADOR É O SEU HERÓI PARTICULAR
Simone Belkis
mai. 26 - 8 min de leitura
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 Qualquer pessoa que já tenha estudado sobre o autoconhecimento ou desenvolvimento pessoal conhece o conceito de autossabotagem. E poderia acreditar estar usando a frase: - Meu pior inimigo sou eu – com “grande justiça”.

 Mas, não é bem assim que as coisas acontecem. Conceitos como ganho secundário e intenções positivas podem perfeitamente explicar o verdadeiro papel do malfadado sabotador. E ele tem até nome: Subconsciente.

 Nossa mente pode ser, simplificadamente, dividida em três partes: A Super consciência (ou mente divina), a Consciência (ou mente desperta) e a Subconsciência (ou mente inconsciente). Cada uma interpretando belamente o seu papel.

A Super consciência pode ser considerada por alguns como a ponte entre o Divino e o humano, dando-nos a capacidade de cocriadores, que hoje em dia já é uma função bem conhecida e reconhecida pela física quântica (referindo-se ao papel do observador na criação observada). A Consciência nos trazendo a capacidade da interpretação e da escolha. E por fim, mas não menos importante, a Subconsciência defendendo a nossa sobrevivência.

Afinal, quem seria capaz de controlar os batimentos cardíacos, pensar nas tarefas diárias e dirigir ao mesmo tempo?

Voltando um pouco em nosso contexto, falemos também sobre os conceitos de ganho secundário e intenções positivas. Ciências como a PNL usam postulados que mostrar que por trás de toda atitude existe, primeiro, uma intenção positiva. Mesmo que por meio de atitudes condenáveis, o objetivo do sujeito é angariar benefícios, ainda que só para si mesmo.

Por exemplo, a criança que é relegada a segundo plano, que não recebe atenção apenas pelo fato ser, passa a ir mal na escola ou a agredir seus amiguinhos e fazer birra com o único objetivo de receber atenção. E o ganho secundário pode ser uma excelente compensação, como quando usamos a doença para ter pessoas próximas a nós, nos tratando com carinho e consideração, coisas que não teríamos se estivéssemos saudáveis.

Obviamente (em muitos casos), essas atitudes não são conscientes e sim subterfúgios do velho inconsciente para receber ao menos uma migalhinha de qualquer coisa que garanta, porque não, a sobrevivência de um organismo inteiro, ou seja, nós. Jogo sujo? Talvez.

Talvez a única arma ao alcance suficiente para manter um pouco de equilíbrio emocional.

 A autossabotagem parece acontecer como a grande “sacanagem” que a vida nos apronta no momento exato que em resolvemos desafiar nossos maiores medos. Afinal, porque bem na hora H temos que dar para trás e vexaminosamente esquecer o discurso bem treinado de semanas? Ou tirar aquele zero super redondo na prova mais importante do semestre?

Não há realmente o que justifique.

Vejamos uma situação um pouco mais perigosa e o papel do subconsciente nesse caso. Estamos caminhando alegremente por uma mata fechada com nossos equipamentos de segurança e preparados para qualquer evento inesperado... até que ele surge. Uma imensa cobra de 10 metros desce tranquilamente por um tronco a centímetros de nossa célebre cabeça.

E agora?

Quanto tempo a mente consciente levaria para registrar o fato, calcular o risco e tomar uma heroica atitude? Tempo algum, porque o subconsciente já reagiu e nós estamos no mínimo a alguns metros do perigo eminente. Sabotagem? Claro que não, diríamos.

Estamos salvos.

Palmas para o subconsciente, nosso super-herói. Clap, clap, clap.

E eu pergunto: Qual é a diferença? O papel do subconsciente é manter-nos vivos, custe o que custar, física e emocionalmente. Mas, podemos perguntar: Que risco corremos em fazer uma boa prova e passar já no primeiro semestre?

Aparentemente nenhum.

Mas, olhemos mais de perto. Algo nessa prova é uma ameaça. Talvez, estejamos no último ano da faculdade e isso signifique que em poucos meses precisaremos enfrentar o mundo corporativo, e não nos sintamos exatamente preparados para isso.

Ou quem sabe um bom discurso valha aquela promoção e toda a responsabilidade que virá com ela? Nós podemos não saber o motivo, mas o subconsciente sabe, e estará sempre a postos para nos salvar.

Ou por tudo a perder! Mas, por quê?

O subconsciente é “orientado” pela nossa consciência.

Falemos um pouco agora do papel da Consciência. A capacidade que temos de discernir entre o bom e mau. As escolhas e opções, as adaptações que podemos construir com nossa consciência são, no mínimo, emocionantes.

O privilégio de conhecer-se, de identificar os próprios sentimentos, de se reconhecer diante de um espelho (isso para falar o mínimo).

Todos eles privilégios doados pela capacidade da nossa consciência. Mas, isso para por aqui. A maioria das nossas escolhas e decisões diárias não é feita pela consciência. Seu papel nesse caso é angariar informações que são usadas em um dado e oportuno momento por ele, de novo, o subconsciente.

Ou acreditamos que aquele vestido caríssimo parcelado em 12x no cartão de crédito foi uma decisão maduramente pensada?

O papel da consciência pode ser muito relevante quando existe a maturidade de buscar o autoconhecimento.

É a oportunidade que a consciência tem de oferecer ao seu arquivo subconsciente as melhores opções de escolha. Agora voltemos ao por quê. Porque afinal, nos sabotamos ou somos sabotados em momentos tão impróprios e que podem mesmo nos custar muito caro?

Pela falta do autoconhecimento. O papel do subconsciente é a proteção total, emocional e física. Ponto. Ele nos protegerá, custe o custar, até de nós mesmos. E como isso se dá? Nossa mente é como um programa de computador. Por exemplo, digamos que somos fãs de games.

E instalamos em nosso computador um programa que nos permita jogar 20 games com uma média de 15 manobras em cada jogo. Isso nos ocupará um bom tempo, não?

Mas, pode ser que em algum momento nos cansemos e não queiramos mais esses jogos. O que faremos? Instalaremos um novo programa com novos jogos e novas manobras. Simples assim.

Com o subconsciente funciona da mesma forma. Para tomar uma nova atitude diante de uma mesma situação será imprescindível instalar um novo programa.  O que, normalmente, chamamos de mudança de hábitos. Também simples assim. Porém, não é possível abrir o cérebro e retirar um programa invisível e instalar outro tão invisível quanto.

Será preciso usar de outros mecanismos para reprogramar o subconsciente.

O subconsciente é programado ao longo dos primeiros anos de vida, de acordo com a genética, o ambiente, além de personalidade e características individuais. Um trabalho imenso e produzido lentamente.

Quando crianças, por não possuirmos o discernimento da mente consciente, adaptamos-nos ao ambiente de acordo com nossos recursos (escassos, aliás) e criamos crenças e paradigmas, nem sempre suficientemente inteligentes, mas eficazes e que nos mantém vivos, física e emocionalmente. Como nem sempre usamos métodos eficientes de proteção e defesa, muito cedo poderemos começar a nos autossabotar.

Mas, é preciso entender que o subconsciente está realizando o seu papel com absoluta destreza e garantia de vida.

Outro exemplo, quando uma pessoa, independente de idade, sofre um grave acidente (de avião, por exemplo) seu subconsciente registrará tal evento como uma ameaça real ou imaginária de morte (de acordo com o grau do ocorrido), portanto um perigo que lhe cabe combater. E se a pessoa sair viva do acidente, seu subconsciente jurará solenemente que isso já mais se repetirá. E de que forma ele fará isso?

Criando um trauma, uma fobia, uma aversão a aviões.

Segundo a ciência, aviões são o meio de transporte mais seguro que existe. Os acidentes automobilísticos são sem dúvida em maior número, mas não será isso que seu subconsciente levará em consideração, o papel dele é evitar que a pessoa pise em um avião novamente, custe a sua promoção ou as sonhadas férias da sua vida.

Para ele não importa suas perdas, ela está viva.

É aí que entram a super consciência e a consciência desperta.

O papel delas é entregar ao subconsciente as melhores informações para que ele possa imediatamente reagir e cumprir o seu eterno papel de vigilante de nossa sobrevivência, afinal de que serviria todo o resto se estivéssemos mortos?


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