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O SAPATO DO OUTRO

O SAPATO DO OUTRO
Simone Belkis
out. 4 - 3 min de leitura
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Eu estava aqui pensando como os limites de nossa consciência podem nos fazer cometer erros, pequenos ou grandes, por simplesmente não sermos capazes de ver o todo.

É claro que só podemos ver as coisas do nosso próprio contexto, por isso é que se diz ser fácil compreender aqueles que vivem experiências semelhantes às nossas. E como eu sempre digo, está tudo bem. Nunca poderemos abarcar conscientemente o todo. Pelo menos, enquanto estivermos nesses corpos.

Acontece que cada ser que passa pela nossa experiência traz em si uma pequena parte desse todo, e ainda que não possamos compreender seus motivos e razões, não estamos justificados por julgar o que não conhecemos. Isso não se justifica. Denota ignorância, e não falo isso no sentido pejorativo. Só se torna pejorativo quando nos limitamos a olhar o lado do outro como: bobagem, paranoia, frescura, covardia e por aí vai. E aí, desculpem-me, é ignorância pura e dura.

Não se pode deixar de buscar olhar além desse limite. É fácil? Óbvio que não, pois que não seríamos tão bons em julgar-nos uns aos outros se fosse simples respeitar os limites das diferenças.

Mas, não se justifica essa limitação, e eu juro, isso não só é mais um julgamento. É uma constatação.

Quando somos conscientes de nossas próprias necessidades, quando sabemos onde o nosso próprio calo aperta, podemos estar um pouco mais atentos, não total ou completamente. Não, isso não, mas um pouco mais sensíveis ao olhar o outro.

Estaria eu falando em termos de algo ideal? Parece que sim, bastar acompanhar as redes sociais, as conversas cotidianas e perceber que a grande maioria não percebe o outro, simplesmente porque não percebe nem a si mesmo.

Estando fora de nosso centro, buscamos descobrir e/ou perceber apenas aquilo que não exige mais do que nossos 5% de mente racional. Assim estaremos fatalmente esquecendo que somos diferentes e que nossos pés não cabem no sapato alheio (e vice-versa).

Nossa caminhada é particular, somos em essência seres individuais, únicos e seriamos exclusivos se notássemos a nós mesmos e estaríamos no compasso do outro se o percebêssemos como algo tão único quanto nós.

Não estou sugerindo que precisamos começar a olhar o outro ou lhe calçar os sapatos mais do que já tenhamos feito alguma vez na vida. A ideia não é essa, pois que mesmo com a melhor das intenções, não seremos, ainda que bem intencionados, capazes de vestir-lhes o sapato e nos colocar em seu lugar. Isso não é do ser humano. Não, pelo menos, antes de encontramos o nosso próprio lugar e sentido, não antes de aprendermos a ser essência e unicidade.

Isso também não é fácil e nem simples, mas é o único caminho para ver o outro no Todo.


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