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O vírus e o isolamento intelectual

O vírus e o isolamento intelectual
Simone Belkis
abr. 20 - 4 min de leitura
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Entre o final da semana passada e essa, vivi uma série de experiências com um padrão único. Parecia que estava falando grego, e algumas pessoas não me entendiam, ou talvez (admito), não estava me fazendo entender. É isso mesmo, eu não estava me fazendo entender. Não devo aqui projetar minhas limitações em meus interlocutores.

Estamos em um momento muito difícil, quiçá o mais complicado que as últimas gerações já viveram, não pela complexidade, mas pela extensão que atingiu, "só" o mundo. Acho, que nunca antes as pessoas estiveram, em massa, tão concentradas em um mesmo tema. Afinal, é cada um com seus "probrema" (hehe), só que agora o mesmo problema virou de todos. É certo que nem todos pensam assim, alguns até acreditam que ele nem exista.

Mas, a ideia desse texto é outra. A dificuldade que percebi em me fazer entender passa pelo fato de que numa hora dessas, ainda que o problema seja o mesmo, deveriam existir umas quase 8 bilhões de opiniões distintas sobre o tema. Deveria!!! E isso já seria um caos, ainda que benéfico. Já imaginou 7 bilhões e caqueirada (adoro palavras inusitadas) pensando e desenvolvendo suas próprias ideias e opiniões. Seria a glória!!! E com isso, o mundo teria que ser outro.

O fato é que boa parte, e me perdoem os que se identificarem, não atina com seus próprios pensamentos, engolem ideias prontas alheias, inconscientes ou não. A Psicologia explica, o inconsciente coletivo é poderoso. E não, não estou dizendo que eu não seja, também, influenciada por minhas crenças inconscientes ou por minhas opiniões e ideias fixas. Todos somos em algum grau.

E levando em consideração a questão do grau, o que se passa é que estamos falando línguas diferentes, embora desejemos a mesma coisa. Eu acho que daria a isso o nome de Isolamento Intelectual, já que a falta severa do exercício de questionar vem criando a realidade que vivemos, e não é de hoje.

Muitas pessoas tiveram que decidir dentro de suas consciências se deveriam ou não entrar em quarentena, já que além da economia, entrava em jogo também suas amadas (ou não) vidas íntimas e sociais. Algumas (como eu) entraram, mesmo morando com pessoas que não entraram (ou seja, tô correndo risco!!!, mas meu santo é forte).

Em um momento em que a consciência coletiva deveria andar em uníssono, as pessoas se dispersam em seus medos, suas inseguranças, na confiança em notícias desencontradas e uma pitada forte de manipulação. Aqui no Brasil, pelo menos, e como sempre, os que dominam não perdem a oportunidade de continuar exercendo seu poder e seus jogos em benefício próprio (e sei, essa é a minha visão, certamente nem todos ao de concordar).

O fato é que esse isolamento intelectual está gerando uma grande confusão, porque as pessoas, embora estejam passando pela mesma situação, encaram e vivem contextos muito diferentes, mas isso se passa (e de novo, essa é a minha visão) porque existia já, um isolamento social interior (lembra do cada um com seus "probrema"?)

Isso me fez lembrar, que no vestibular que fiz há muito tempo atrás, o tema da redação era "A união faz a força", e esse isolamento intelectual está impedindo que muitas pessoas se unam para ajudar umas as outras, cada um em seu departamento e com suas vocações (é claro que muitos estão fazendo isso, bravamente). Mas, no geral, muitas pessoas têm se ocupado mais em se degladiar em opiniões e conceitos, porque agora, cada um quer dizer o que acha. Muitos tendo perdido essa mesma oportunidade em um outro momento crucial e anterior da história política do país.


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