Ela fala como se ditasse um livro, com fluidez, beleza e poesia. Assim é Olinda Guedes, escritora, consteladora, terapeuta floral sistêmica e pesquisadora de saberes sistêmicos.
Com o pé e coração fincados na roça, Olinda mantém o jeito dócil e acessível de quem é criado no meio da natureza e interage naturalmente com tudo e todos.
Foi assim também na live entrevista com a jornalista Creuza Medeiros. Olinda começou relembrando quanto ama galo cantando de manhã, tatu, papagaio, plantas, etc...
Esses fatos foram comprovados inclusive num exame de DNA. “Fiz um mapeamento genético, deu 75% da minha mistura de povos nativos da terra, indígena, africanos. Amo muito a roça e a natureza”, afirmou Olinda, citando a cidade natal, Iporã, no Paraná. Ela quase foi paraguaia, é filha de paulista e neta de baianos.
Olinda tem amor especial pelas constelações, sendo bem ligada a essa forma preciosa de viver as relações humanas, à luz de Bert Hellinger.
Numa entrevista pode se perguntar qualquer assunto relativo ao mundo sistêmico que a resposta é profunda e tocante. Perguntada sobre a fase da pandemia, a consteladora respondeu com grande beleza: “Segundo nossa mestra Mariane Frank, “quando a gente tem medo ou sofrimento, basta ir para a mãe. Quando estamos reconciliados com os pais, estamos em paz, seguros e confiantes”, reforçou.
Sente angústia? Vá em direção à mãe.
Sente ansiedade? Vá para o pai.
Mesmo que eles tenham morrido, basta ir para a energia amorosa dos pais.
“Mamãe, cadê você? Papai, cadê você?”
Chame por eles, sempre que necessário, a força vem!
Olinda e o papel da mãe
Olinda contou que a mãe dela sempre foi empática às suas travessuras. “Fui uma filha peralta, jogava bola, brincava de estilingue, de boneca, não tinha machismo”.
Ah, e a menina Olinda chorava muito, muito. “Eu chorava muito, sempre foi expressiva emocionalmente, se estou séria, estou. Se estou com raiva, dá pra ver. A alegria também é visível, desde criança sou assim”, compartilhou.
A consteladora se lembrou de uma passagem dos espinhos de laranja na cabeça, na infância. Ela estava indignada com a mãe tirando os espinhos na cabeça dela. Claro, ela estava escalando o pé de laranjeira, e não servia outra árvore, precisava ser aquela.
A mãe questionou porque precisava ser exatamente a laranjeira com tantas árvores no quintal. “Quero escalar as laranjeiras”. Foi então que a sábia mãe disse a ela : “vai subindo devagar, arrancando os espinhos antes de passar”.
Neste momento Olinda fez comparação com o tempo de pandemia. Qual é o lugar mais seguro para irmos? Segundo ela, para o coração gigante de nossa mãe. “Independente de estar no corpo físico ou não, quando a gente lembra de todo amor materno passamos melhor pelos desafios sabendo da retaguarda materna”, afirmou Olinda.
A consteladora se lembrou das pessoas que não tiveram mãe amorosa na infância. “Fico triste por essas pessoas, muita gente não teve infância amorosa. Isso pode mudar, imagine que teve uma mãe e pai amorosos. A gente pode refazer essa percepção do mundo”, conclamou.
Olinda e a maternidade
De uma coisa Olinda teve certeza desde os três anos de idade: ela queria ser mãe, embora não tivesse maturidade neurológica para saber com exatidão do que seria, ela só recorda que desejava muito ser mãe.
No casamento iniciado aos 20 anos não foi possível realizar o sonho porque o então marido não aceitava ser pai. Ela teve uma perda gestacional neste casamento, que acabou em separação. Vem o alerta: “Quando um deseja ter filho e o outro não acaba o casamento, é comum a separação ocorrer”, afirma Olinda.
Vieram outros relacionamentos depois, os filhos não. Aos 47 anos o diagnóstico final do médico: “você não produz mais óvulos”.
“O espírito santo sempre atuou na minha vida. Em junho de 2016 a Nina chegou.
Veio do Sertão de Alagoas, de Senador Rui Palmeira, onde vive seus genitores.
Estava na UTI neonatal de Palmeira dos Índios. Lá, me aguardava decidida a viver.
Os sêxtuplos chegaram em novembro de 2017.
Eles são filhos do mesmo genitor e genitora.
Vieram do norte, de Imperatriz - MA", contou Olinda.
Ela não se cabe em si para falar dos filhotes, os olhos marejam de tanto amor.
Sobre depressão
Para Olinda, depressão é falta de colo de mãe, de infância, de amparo. Por conta da memória pessoal ou transgeracional, a pessoa quer ficar quietinha, na cama, encolhidinha. E ela apoia e incentiva para que assim ocorra.
O que é isso? O movimento natural de cura para ficar quietinho, devemos falar para o nosso cliente: “fique quietinho, deixe sua cama confortável, cheirosa, o quarto bem cuidado”.
Olinda ainda reforça para que cuidemos de quem está com depressão. A vivência dela mostra que as pessoas ficam em média três dias bem quietinhos na cama e depois ressurgem mais animados. “Se entrega, que cura”, ela recomenda, acrescentando ser importante seguir o o movimento intuitivo do organismo.
A importância das terapias
Sobre a resistência de algumas pessoas em fazer terapias, a psicóloga e terapeuta Olinda Guedes enfatiza que fazer terapia é o mesmo que ter um amigo com pós doc em resolução de problema. “É o mesmo que ter diálogo com gente especialista em felicidade, prosperidade e saúde. Deveria ser política pública” defende.
Qual o momento de procurar um terapeuta? Não é somente quando sentimos tristeza, angústia, para se curar de uma doença ou de um amor não correspondido.
“Podemos ir para uma terapia para um entendimento existencial. Faço isso a vida toda”, incentivou Olinda.
A consteladora Olinda convida a todos para participarem do bate papo que realiza todas terças às 20 horas pelo aplicativo zoom. Basta enviar uma solicitação pelo direct dela no Instagram que o link é disponibilizado. O tema é sempre voltado a relacionamento conjugal, porém serve para relacionamentos de forma ampla.
Olinda é assim, uma pessoa que nasceu para oferecer colo, afeto e doçura.
Siga @olindaguedes no Instagram, acesse o https://sabersistemico.com.br e fique por dentro de todas as novidades profissionais da consteladora e escritora.
Texto: Jornalista Creuza Medeiros.