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Onde estão as Princesas? Na montanha mais alta, na torre mais alta

Onde estão as Princesas? Na montanha mais alta, na torre mais alta
Anna Soligo
fev. 22 - 3 min de leitura
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As questões de lealdade sistêmica trazem consigo verdadeiras histórias de amor, como nos contos de fadas. Tais histórias nem sempre têm finais felizes, gerando sofrimento à todas as partes.

As mulheres, por questões culturais já enraizadas na maioria das famílias sofreram tanto ao longo dos anos, que conhecidas erroneamente como sexo frágil, têm alimentado nas gerações que se seguem uma vida fantástica e cor de rosa: Somos todas Princesas. E isso é lindo! Poder proporcionar aos filhos o que não pudemos ter na infância.

Quando falo de princesas, me incluo também nesse contexto. Qual menina nunca sonhou em ter um lindo vestido rodado e encontrar um lindo príncipe que chega num cavalo branco? Então ouvimos as piadinhas da vida, que dizem que muitas vezes o que chega, é somente o cavalo. Então, os contos se desmoronam.

Para os pais, o que mais causa tristeza em relação aos filhos, é perceber que eles estão pobres, doentes e infelizes. Para os filhos, ver que estão decepcionando os pais. Aí, as doenças chegam. São forças maiores que nós e que atuam de forma direta em nossas vidas.

Como pais, muitas vezes criamos demasiada expectativa em relação aos filhos, querendo que tenham o que não pudemos, então, traçamos rotas de êxito e sem querer trancamos as princesas na torre mais alta, da montanha mais alta, para preservá-las dos dragões que cruzarem o caminho.

Sabemos que sistemicamente, a segurança vem da mãe. Quando não nos sentimos seguras, assumimos o papel do dragão na vida dos nossos príncipes ou princesas. Aí, o êxito não chega! E o nosso tormento começa. De um lado os filhos, que desistem de ir adiante e ao mesmo tempo se culpam por nos estar decepcionando. Por outro, nós, que não percebemos que não estamos sendo fadas madrinhas. 

Há alguns dias, recebi uma linda princesa com 14 anos, a idade do meu príncipe. Essa linda menina era um exemplo por onde passava, mas percebeu que sua única saída era realmente aceitar a torre como seu refúgio. Já não saía mais de casa, não queria comer, ir pra escola então, era motivo de pânico. Passava mal todas as vezes que tinha que enfrentar o mundo. Logo ela, perfeita, notas excelentes. Nunca havia tido contato com a morte, e agora, com um medo enorme de morrer. Os pais a preservavam de todo e qualquer sofrimento. Era prisão demais e a lealdade por um bom tempo garantiu o êxito da pequena princesa. A mãe adoeceu com ela e toda a família se decepcionou. Os julgamentos vieram: é namoradinho, drogas, a mãe soltou as rédeas!

Como as pessoas sofrem! A pressão da mãe dava um nó na pequena, que não ousava dirigir à mãe suas queixas. A Ordem, que ela respeitava lindamente. Olhamos para isso que se passava e o coração da princesa ficou aliviado por entender que não precisava e nem deveria ser mais que a sua mãe. A mãe, por sua vez, compreendeu que sem a pressão das suas expectativas, poderia soltar sua princesa para usufruir de todas as regalias do castelo sem medo de ser feliz. E tudo ficou muito bem!

Anna Soligo

 

 


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