Modulo 4.3
Emaranhamentos e sintomas
Desde muito cedo, eu já sentia, percebia, mas não alcançava elaborar por exemplo, meus sintomas com relação à prisão de ventre, inflamações na garganta...
Ao longo de minha vida, dentro do propósito que já nasci com ele, em auxiliar pessoas nos seus processos de auto- transformação, percebi que eu mesma estava caminhando nesta trilha da “alquimia”, ou transformação de mim mesma.
Nossa família sempre trouxe a memória de escassez e também de sofrimentos femininos...
Minha mãe me conta, hoje, aos meus 58 anos, como era sua infância e percebo quanto ela e sua mãe, minha avó, tanto se sacrificaram por um masculino e como guardaram tantos choros, gritos, sussurros, em seus sofrimentos.
Minha mãe conta que apanhava de relho de sua mãe, mas certamente, sua mãe, também guardava seus tantos sintomas, por conta de rechaços, de desprezos, de falta de amor.
Do lado de meu pai, a escassez também tinha território, a baixa estima, a falta de reconhecimento, o abandono de si.
Hoje, já tendo trilhado muitos caminhos, tendo redescoberto nas raízes indígenas muitas respostas e negativas, posso entender, compreender e localizar por exemplo, porque sofri tanto com endometriose, com intestino preso, com sangramento anal, nesta “raiz” primeira de mim mesma.
Posso perceber porque minha irmã faleceu recentemente com câncer disseminado e posso sentir que ainda que eu localize as razões de muitos sintomas em nosso sistema, não posso solucionar o que cada um(a) guarda em si.
Posso e devo, seguir minha transformação e como terapeuta, aprimorar meu SER, para servir o melhor que possa, como SER Humana.
Hoje, já sendo avó e tendo constelado mais de uma vez, percebo que muito já foi liberado, porém ainda há muito que depurar e reordenar.
Tenho a certeza que os sintomas que apresentei, hoje os trato com carinho, sem luta, acolhendo em mim a menina, a mulher, a mãe, a avó, com respeito, compaixão e sobretudo reconhecendo neste mesmo respeito, consideração, lealdade, todos os meus ancestrais, antepassados.
Agradeço aos sintomas, agradeço aos registros compartilhados, agradeço à Vida e ao meu propósito.
Hoje, nesta aula, constelei com relação aos SINTOMAS, e sigo a constelar, a cada aula, cada passo, cada vivência.
Agradeço aos meus pais, aos antepassados, ancestrais e principalmente, as mulheres de nossa família, aos homens de nossa família.
Houve um tempo que era demais para mim, encarar certas questões, mas hoje, me curvo e converso com vocês sem mágoas, compreendendo os seus tempos e suas "clarezas", suas dores, seus, SINTOMAS.
Gratidão Professora Olinda