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Orações do meu pai, agora por ele

Orações do meu pai, agora por ele
Angela Helena Bona Josefi
nov. 6 - 3 min de leitura
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Neste dia de Finados, em meio a pandemia, o momento foi especial para lembrar que a nossa vida é muito frágil, finita, mas que também é eterna. Finita porque nosso corpo físico chega a um termo e deixa de existir. E agora, mais concretamente, estamos experimentando essa sensação de finitude porque muitos conhecidos que estavam tão bem, já foram. Eterna porque a nossa alma não morre, mas encaminha-se com o que cultivamos nela para a eternidade.

Sim, é nisto que acredito e nisto consiste a dinâmica da minha vida porque aprendi a fé dos meus pais e venho aprendendo mais e mais na minha vida adulta e na minha autonomia para buscar conhecimentos, a partir do que eles me ensinaram desde as primeiras palavras de oração. Os conhecimentos científicos pelos quais enveredei na minha trajetória acadêmica não violaram essa fé aprendida, mas a iluminaram, esclareceram, reorientaram, sem macular suas raízes. 

Meu pai era quem presidia a oração do terço em nossa casa, desde que me conheci como gente. E era ele quem ia nos ensinar as orações antes de dormir, enquanto a nossa mãe lavava a louça do jantar. Eu deveria ter entre 3 e 4 anos... sim, é a partir desse período que as lembranças me visitam. Minha criança menor ainda não me visitou na memória. 

Cresci vendo meus pais de joelhos no chão, ao lado da cama, todas as noites antes de dormir. Isso continuou depois que me tornei adulta e saí da casa deles, até quando, por causa de sequelas de um acidente, o papai não conseguia mais ajoelhar-se. As sequelas físicas foram mínimas, ligadas a aspectos da coordenação motora, ao passo que as neurológicas o fizeram voltar a ser quase como criança. Mas as suas orações continuaram intactas na sua rotina diária, em uma postura devocional tão intensa que continuava a me ensinar.

Eu fui ao cemitério, e fui eu quem presidi, por ele, a oração que ele mais gostava, além da Missa: o terço à Nossa Senhora, a Mãe de Deus feito Homem. Ele me dizia, muitas vezes: precisa de uma Graça? Peça à Mãe, porque ela fala ao Filho e Ele atende, porque o filho sempre obedece a mãe.

Hoje, estudando sobre os princípios do Amor, vejo claramente que meu pai já sabia que Jesus Cristo não violou a ordem na relação com a sua mãe, mesmo sendo Deus. Ele ensinou o amor mais puro e verdadeiro. Meu pai cultivou essa certeza de tal maneira que ela se tornou a tônica da nossa vida familiar. 

Depois de rezar e refletir sobre tudo isso, fui à Missa para agradecer a Deus pelo pai que tive, e continuo tendo. Ele está presente em mim, junto com a minha mãe.


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