Uma unidade autopoiética é a organização mais elementar do organismo. Ela pode ser definida como um sistema capaz de sustentar em virtude de uma rede de reações que, continuamente, regeneram os componentes – e isso de dentro de uma fronteira de “fabricação própria”. Podemos dizer, em outras palavras que, o produto de um sistema autopoiético é sua própria auto-organização. Também podemos dizer que esse sistema corresponde a uma lógica cíclica, a lógica cíclica do eu (Luisi, Maturana e Varela).
Mais uma vez, o que é verdadeiro para a vida celular pode ser considerado verdadeiro para qualquer forma de vida. A literatura básica distingue entre sistemas autupoéticos de primeira ordem e de segunda ordem (pluricelulares e multicelulares). Desse modo, um órgão como o coração pode ser considerado um sistema autopoiético, pois ele é capaz de se auto sustentar por meio de uma serie de processos que regeneram todos os componentes dentro de suas próprias fronteiras.
Por outro lado, esse complexo sistema autopoiético. Para nós, é importante ver aqui a relação com a visão sistêmica da vida: Podemos agora dizer que a vida, mais precisamente, pode ser considerada como uma sistema de sistemas autopoiéticos interligados.
A relação entre autopoiese, fechamento operacional, lógica circular e autonomia biológica também é importante. A autopoiese é a auto organização particular da vida que especifica os processos que, dentro de uma lógica circular, permitem a regeneração dos componentes. Então, a noção de autonomia biológica também significa que o organismo vivo é um sistema operacionalmente fechado com uma lógica circular.
A Visão Sistemica da Vida. Fritjof Capra, Pier Luighi Luisi