Como conclusão do módulo 6 quero apresentar minha identificação com alguns fragmentos da história dos três porquinhos. História essa conhecida por todos nós como uma investida do poder do lobo, da sua força, do querer matar os porquinhos diante de suas fragilidades.
Talvez possa parecer estranho, mais foi a melhor metáfora que pude identificar com minha história nos processos terapêuticos, das demandas sempre recorrentes nas dinâmicas em busca de amadurecimento, evolução, cura e crescimento.
Faço aqui nestas linhas uma leitura onde passei pelos três personagens, ou seja, em alguns períodos da vida senti que a vulnerabilidade emocional, afetiva, fazia desencadear riscos a minha vida, a minha existência.
Nesta dinâmica de vida com a história, identifico que inicialmente (1º porquinho, adolescência) diante do entendimento das relações da vida, em uma tentativa e necessidade de ser aceito, fui construindo uma casa de palha, não tinha compreensão que ela era frágil e que poderia cair diante de quaisquer dificuldades, um sopro era o mínimo para derrubá-la
Consigo identificar uma semelhança muito próxima, diante dos meus movimentos afetivos, parecia que ali estava seguro pensar de forma pequena, sem compreender toda aquela dinâmica, logo era um grande risco e precisava “correr” para algum refúgio. Os pensamentos eram povoados de negatividade e ruminantes, frágeis como uma palha, ainda em risco de qualquer fogo ser fácil para espalhar danos significativos. Apresentava continuamente uma baixa autoestima, sem autoconfiança.
Semelhante ao 2º porquinho, em uma segunda fase da vida, início da juventude, pensando estar mais resistente, como ele propôs construir uma casa de madeira, até parecia um pouco mais seguro, mais ainda não suficiente. Identifico uma fase onde não prevalecia o equilíbrio.
Atuava mais no dar do que no receber. Pensamentos ainda sendo trabalhados e a postura diante da vida firme, porém ainda necessitava maior resistência, resiliência. Como na história, uma insistência do sopro do lobo a casa veio a cair. Assim também havia períodos recorrentes de posturas enfraquecidas, sem inteligência emocional.
As psicoterapias eram refúgios essenciais para não ocasionar a morte do porquinho.
Refúgios esses, fundamentais para receber conteúdos, materiais que pudessem construir uma casa de tijolo e de cimento (3° porquinho, adulto). Recursos como terapias, constelação, imersões, práticas e vivências em Renascimento facilitaram que obtivesse um material consistente, firme, resistente para construção da casa.
Só assim, como na história, mesmo que o lobo não conseguiu derrubar a casa e ainda tentasse entrar pela chaminé, não conseguindo ter o sucesso que desejava, foi embora para não mais voltar.
As decisões, as buscas constantes, o empenho, a nova visão, identificação com tudo que foi se organizando internamente, percebi que eu precisava assumir minha força, meu poder, olhar para minha essência, minhas inúmeras possibilidades. Deixar de atuar como vítima, como aquele que devia salvar todos, pensar em todos, ajudar a todos e não me incluía nesses cuidados, nessa importância para vida.
Atualmente considero que a casa não tem prazo para finalizar a construção e ainda algumas partes sendo reformadas, fortalecidas. Não ficar acomodado é primordial, identificar onde há lealdade é um trabalho sem fim para que aquilo que for interferir negativamente seja honrando, compreendendo e ressignificando, fazendo escolhas diferentes para assim estabelecer um personagem. Talvez não sendo audacioso ou arrogante em pensar que os outros não foram importantes.
Foram sim, aconteceu como tinha que ser, agora com mais clareza que esse novo e forte personagem sempre existiu. Somente não reconhecia que tem instrumentos suficientes para construir a vida com tijolo e cimento sem risco de queda.
Gratidão!