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OS PERSONAGENS QUE EXISTIAM EM MIM

OS PERSONAGENS QUE EXISTIAM EM MIM
Everton José de Souza Menezes
mar. 5 - 4 min de leitura
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Como conclusão do módulo 06 eu quero apresentar minha identificação com alguns fragmentos da história dos três porquinhos. História essa conhecida por todos nós como uma investida do poder do lobo, da sua força, do querer matar os porquinhos diante das suas fragilidades.

Talvez possa parecer estranho, mas foi a melhor metáfora que pude identificar com a minha história nos processos terapêuticos, das demandas sempre recorrentes nas dinâmicas em busca de amadurecimento, evolução, cura e crescimento.

Faço aqui nestas linhas uma leitura onde passei pelos três personagens, ou seja, em alguns períodos da vida senti que a vulnerabilidade emocional, afetiva, fazia desencadear riscos a minha vida, a minha existência.

Nesta dinâmica de vida identifico que inicialmente (primeiro porquinho - adolescência), diante do entendimento das relações da vida, em uma tentativa e necessidade de ser aceito, fui construindo uma casa de palha.

Não tinha compreensão que ela era frágil, poderia cair diante de quaisquer dificuldades, um “sopro” era o mínimo para derrubá-la. Consigo identificar uma semelhança muito próxima. Diante dos meus movimentos afetivos parecia que ali estava seguro, era pensar de forma pequena, sem compreender toda aquela dinâmica. Logo era um grande risco e precisava correr para algum refúgio. Os pensamentos eram povoados de negatividade e ruminantes, frágeis como uma palha, ainda em risco de qualquer fogo ser fácil para espalhar danos significativos.

Apresentava continuamente uma baixa autoestima, sem autoconfiança. Mesmo com clareza que meus pais e família estavam acolhendo com o afeto suficiente, eu mesmo estava em um movimento de me excluir.

Semelhante ao segundo porquinho, em uma segunda fase da vida, início da juventude, pensando estar mais resistente, identifico uma fase onde não prevalecia o equilíbrio. Atuava mais no dar do que no receber. Pensamentos ainda eram trabalhados e a postura diante da vida, firme, porém ainda necessitava maior resistência, resiliência.

Como na história, uma insistência do sopro do lobo foi o suficiente para a casa cair. Assim também haviam períodos recorrentes de posturas enfraquecidas, sem inteligência emocional. As psicoterapias eram refúgios essenciais para não ocasionar a “morte do porquinho”. Em algumas circunstâncias da vida eu estava alterando a ordem do meu sistema no desejo de salvar os meus pais de seus conflitos e sofrimentos, angústias e desencontros.

Os refúgios terapêuticos foram fundamentais para receber conteúdos, materiais que pudessem construir uma casa de tijolo e de cimento (terceiro porquinho - adulto). Recursos como terapias, constelação, imersões, práticas e vivências em Renascimento facilitaram que eu obtivesse material consistente, firme, resistente para construção da casa.

Percebi que eu precisava assumir minha força, meu poder, olhar para a minha essência, minhas inúmeras possibilidades. Deixar de atuar como vítima, como aquele que devia salvar todos, pensar em todos, ajudar a todos. Eu não me incluía nesses cuidados, nessa importância para vida.

Atualmente considero que a casa não tem prazo para finalizar. Não ficar acomodado é primordial, identificar onde há lealdade é um trabalho sem fim para que aquilo que for interferir negativamente seja honrando, compreendendo e ressignificando, fazendo escolhas diferentes para assim estabelecer um personagem.

Aconteceu como tinha que ser, agora com mais clareza, tenho o suficiente para construir a vida com tijolo e cimento, sem risco de queda. Com honra, compreensão e gratidão, agora vejo esse personagem mais real.


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