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Para curar o filho é preciso adotar os pais!

Para curar o filho é preciso adotar os pais!
OLINDA GUEDES
mai. 17 - 7 min de leitura
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Olinda, querida! Necessito da sua orientação.

Recebi sexta-feira uma casal que tem dois filhos adotivos, um menino e uma menina, hoje estão com 20 e 16 anos.

Queixa: o comportamento da filha, está se prostituindo, bebendo bastante, passa quase todas as noites fora de casa, como dizem: na farra.

Estão sem saber como conduzir. Já procuraram Conselho Tutelar, Ministério Público. Uma Juíza orientou procurar as Constelações.

O filho foi colocado na porta da casa deles e a menina foi adotada com um dia de nascida, a mãe adotiva foi buscá-la na casa de uma enfermeira, em uma cidade do interior do nosso estado, onde se encontrava com a genitora.

A genitora já tinha seis filhos, ela a sétima, não tinha condições de criar. Ninguém falou sobre o genitor.

Conversando com os pais adotivos procurei saber quem cuidou da criança, o pai logo respondeu que na vida a pessoa tem duas opções: ou trabalha para se construir materialmente ou se cuida de criança, eles escolheram trabalhar. Pai adotivo é comerciante e a mãe, hoje, professora aposentadas. Quem cuidou da criança foi uma mulher contrata por eles, que muitas vezes a levava para sua casa.

Disseram que ela nunca gostou de estudar, diferente do menino.

Hoje, embora tenha esse comportamento tem muito medo, não sai de casa sozinha, tudo que vai resolver precisa da companhia de alguém.

Prometeu matar o pai adotivo, teve raiva dele. Foi buscá-la em uma farra, depois desse episódio não fala mais com ele.

Senti que precisava investigar um pouco sobre a mãe adotiva:

A mãe da mãe adotiva, a avó, foi filha adotiva.

A mãe me fala que foi criada por tias e outras pessoas, já que a sua mãe era muito doente, ela não sabe explicar qual era a doença real, só tem a lembrança que a mãe foi internada em um hospital psiquiátrico e a explicação que deram a ela quando pequena era que ela tinha sido internada pelo marido para poder conseguir ser aposentada.

Ela fala que o pai foi muito mulherengo sempre com muitas mulheres.

Percebi muita orfandade no sistema.

Falei um sobre as dinâmicas sistêmicas. Eles compreenderam.

Marquei um retorno para a próxima semana. Na minha percepção acredito que eles precisariam acomodar as novas informações. Fiquei de indicar um Floral de Bach.

 

Querida Aluna!

Quando um cliente vem queixar-se de um filho existem muitas dinâmicas além do aparente.  Ouvindo suas letras, as entrelinhas, vou arriscar uma orientação.

Percebe-se que os pais nunca tomaram realmente essa filha, perceberam em seus mapas de mundo que deveriam escolher entre ter filhos ou trabalhar. Isso revela várias crenças limitantes:

filhos exigem exclusividade; - verdade parcial

filhos dão despesas; - verdade total

filhos impedem o trabalho; - inverdade

não há como exercer a paternidade sem sacríficios; -  inverdade

ou sacrifica o relacionamento ou sacrifica a subsistência. - inverdade

Crenças do padrão “ou ou” levam sempre ao mundo do menos, ao sofrimento, à violação dos princípios sistêmicos. Todos eles.

Bem, mas o que está em pauta não é a crença dos pais. Percebê-las serve apenas para você orientar-se na ajuda que estão buscando.

Portanto, aqui o melhor modo de ajudar é : 

  1. Reconhecer que realmente filhos exigem de nós, que apesar de sermos ou não pais igualmente, só quem passa pela situação é quem sabe o quão desafiante é.
  2. Perguntar a eles quais os momentos legais que viveram com a filha apesar de trabalhar tanto, quais os bons momentos que lembram, quais as pequenas coisas ou características da filha que quando lembram até sorriem.
  3. Dizer a eles que sim, que a filha vai recuperar-se, quase que sozinha, porque afinal agora ela é já é bem grandinha.  Para eles darem a ela toda atenção, conforme já estão fazendo. Protegerem, irem sempre com ela ao mercado, loja ou outro lugar que ela tenha medo de ir sozinha, mas efetivamente se puderem não deixar nunca de acompanha-la enquanto ela demonstrar que precisa de companhia.
  4. Se precisarem saber onde a filha está, para cuidar dela, então, que a mãe o faça, com a proteção do pai, ele pode ir, ficar a uma boa distância, de modo que a mãe possa ir ter com a filha e convidá-la para vir para casa caso esteja mesmo em risco.
  5. Para levarem à filha a uma ginecologista para acompanhamento e orientação da saúde da menina, evitando assim doenças e alguma gestação não planejada.
  6. Pergunte aos pais se a garota toparia vir conversar com você, porque você ficou mesmo curiosa a respeito dos sentimentos contraditórios: sair sozinha e ao mesmo sentir medo e precisar de companhia. Esse é o motivo que poderá dizer aos pais. Caso a garota venha, você sabe qual o real propósito: dar a ela o vínculo que ela precisa de amor, como mulher, como filha, como pessoa. Será uma oportunidade curativa de você proporcionar a ela toda a cura que ela necessita, fazendo uma poesia, uma meditação, uma massagem para curar o medo... enfim, são apenas exemplos do que poderá ser feito. Porque o encontro, sua atenção amorosa e disponível vai lhe dizer exatamente o que fazer para que essa garota experiencie a possibilidade de curar seu coração ferido e experimentar-se pertencente.

Portanto, aqui falamos em empatia. Rapport com os pais, eles não aprenderam o que não desejam aprender. Tudo o que devemos evitar aqui é perder a confiança deles e disparar a reatividade, a culpabilidade deles.

Por meio do Rapport, da empatia, será possível ajudar efetivamente a filha a completar, a sair das lealdades e viver com felicidade e autonomia a própria existência.

De algum modo , podemos afirmar que essa garota, tal qual sua mãe e provavelmente também a genitora, estão à espera da mãe, de ser filha. Ninguém ainda foi. Uma saudade infinda do amor da mãe, do colo, do aconchego. Você pode imaginar?  Gerações e gerações de órfãos.

Que lindo que chegaram até você .  Chance preciosa de curar! Dê muito amor, é só isso que cura as feridas profundas da alma da humanidade.

Ah!  E sobre os Florais de Bach, ainda digo, todos deste sistema precisam de: Honeyscuckle – para transformar o sofrimento do passado em pérolas.

Chestnut Bud – para aprender, para amadurecer.

Holly + Chicory – para recuperar o vínculo de amor parental.

 

OLINDA GUEDES é mãe da Nina e Camila Maria, apaixonada pela vida, escreve com o coração o que cabe em palavras.  É mãe de mais outros cinco príncipes na terra, e quatro anjos no céu.

É filha de D. Carmelita e Sêo Cizinho, pessoas aprumadas, cientes de seu papel parental.

Conduz, no Instituto Anauê-Teiño, a Escola de Saberes Úteis. Uma iniciativa cujo objetivo é trocar saberes das diversas ciências com o propósito de uma vida mais feliz, próspera e saudável.

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#novolivo #constelações #sabersistemico


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