O Facebook me pergunta o que estou pensando e eu fico tentada a responder, mas é muito comprido, sou prolixa de pensamento, e não sei se realmente querem ler o que penso.
Mas, preciso “pôr para fora” isso que está me corroendo.
E aí? Faço o quê?
E aí que vou “falar” com os meus colegas de curso e com minha amada mestra Olinda que são os que, de verdade, me acompanham nessa caminhada que é uma terapia para mim.
Acontece que estou lendo um livro sensacional indicado por Vera Mendes na live com a mestra Olinda Guedes, feita em 17/01/21.
Título: NA FISSURA - A história do fracasso na luta contra as drogas
Autor: JOHANN HARI
O autor fez uma pesquisa incrível sobre o assunto, explicando porquê de não ser eficaz o combate contra as drogas nos EUA e como esse fracasso afetou significativamente o aumento da dependência de drogas lícitas e não lícitas lá e no mundo, exatamente por causa dos “métodos” de combate e, principalmente, devido a origem do que motivou e motiva até hoje os interessados nesse combate e que ocupam cargos decisivos nos governos.
É mais uma história de corrupção, destilação de ódios arraigados e de falta de autoconhecimento de suas feridas que fazem homens e mulheres se perderem numa ou noutra ponta desse processo.
O que mais me chama a atenção é a repetição dos fatos e como tudo vai tendo uma conexão, um encaixe, sem perder de vista a meta, o objetivo que nunca é ajudar aquele ou aquela dependente ou deixar a sociedade mais saudável e em paz, mas sim, se beneficiar de alguma maneira com essa “guerra”, mesmo que seja para se fortalecer por ser um ser que precisa submeter, humilhar e destruir os semelhantes para se achar alguém importante.
Essa repetição é bem sistêmica e é o que prova, mais uma vez, que o Saber Sistêmico, as Constelações Sistêmicas, são fundamentais para a saúde do indivíduo, das células familiares e da sociedade por elas formadas.
As nações que só visam o poder se perdem porque como diz Bert Hellinger, sem amor nada é possível. Esse amor começa pelo autoamor e se espalha por tudo e todos.
Mas, o poder e a ganância também. Parecem tentáculos e vão enredando tudo e todos.
Tudo sistêmico e emaranhado.
Nenhuma dependência, bem como nenhuma guerra acontecem do nada. São sempre vítimas e perpetradores se reencontrando para o “acerto de contas”.
Afinal, nossa mestra ensina: ”As lições se repetem porque não foram apreendidas". Ela fala “aprendidas”, mas eu coloquei aqui apreendidas porque penso que até que podemos aprender intelectualmente algumas, mas, de modo geral, não nos damos conta do real fundamento delas nas nossas vidas.
Ocorre que a lealdade, o amor cego, o querer pertencer a todo custo a um sistema que já se mostrou falido, completamente incompetentemente e não merecedor do nosso empenho em defende-lo, nos leva a sermos dependentes sempre de algo ou de alguém, infelizes e carentes, por termos a tal da boa consciência e querermos “ser iguais a todos lá de casa”!
É que dói ser diferente.
Tem que ter coragem para ser ovelha negra, mas ela que carrega a culpa boa de ter apreendido, guardado nas entranhas a lição de que suportar nos próprios ombros fardos que não são seus, que até podem ser de alguém que você ama muito ou de outro, um antepassado que sofreu muito para você ter a sua vida, não te faz especialmente amado. Pelo contrário, chegam a te excluir da família porque você é, por exemplo, um viciado em cigarro.
Aqueles que você quer que te amem e por isso você age assim, assado, apesar de tanto sofrimento, não te querem por perto porque você fede fumaça de cigarro!
Então, fica a necessidade de se questionar:
Está valendo a pena não viver plenamente, dependendo de migalhas de “amor”? Está valendo a pena fumar, beber, se drogar, se entupir de soníferos, calmantes, etc, viver feito um zumbi, infeliz, pobre e sem alma, para continuar a parecer igual e dependente, porque “na minha família sempre foi assim”?
Eis no que estou pensando. E muito.
