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Ponto de vista: solução ou discórdia?

Ponto de vista: solução ou discórdia?
Simone Belkis
nov. 10 - 4 min de leitura
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Hoje acompanhei um pequeno entrevero nos comentários do Facebook.

Às vezes isso rola, né?

Fiquei até um pouco em dúvida se era sério ou uma brincadeirinha disfarçada. Isso me fez pensar a respeito de uma questão que já tinha entrado na minha pauta reflexiva da semana. O fato é que existem vários ângulos para se olhar a mesma coisa. Para compreender isso é preciso reparar que olhamos com o ponto de vista de nossas crenças pessoais.

Nem poderia ser diferente.

Uma coisa que me dei conta, e nem faz tanto tempo (embora seja algo bem óbvio), é que temos uma limitação real quanto ao que acontece no mundo.

É humanamente impossível abarcar todos os pontos de uma mesma situação, e nesse caso, acabamos pondo a atenção naquilo que para nos é mais próximo ou que bate com as crenças que possuímos. Mas até aí nada demais, levando em consideração que nossa mente consciente não consegue acompanhar absolutamente tudo e nem é essa a sua função.

Mas, observe. Se olho para uma questão qualquer, não tendo uma visão completa do que ela representa, naturalmente terei um ponto de vista limitado que pode inclusive acabar por ser um ponto cego. Insisto, em tese, o problema não está aí.

A questão é que é muito comum pontos de vista criarem conflito. Se vejo as coisas da minha perspectiva e não considero outras possíveis visões, acabarei criando uma limitação que pode trazer conflitos, não apenas com outros, mas também comigo mesma.

Vamos dar um exemplo.

Essa semana uma amiga postou no Facebook sobre a dificuldade que muitas mulheres têm com questões ligadas à menstruação, como a falta de absorventes. Sua sugestão era que as pessoas que tivessem condições distribuíssem os mesmos.

Uma pessoa lhe respondeu dizendo não estar de acordo, uma vez que cada mulher poderia ela mesma confeccionar seus próprios absorventes de pano (técnica que vem sendo novamente praticada, como uma forma de preservação ecológica).

Porém, minha amiga explicou que se referia a mulheres em situação de rua, que não teriam condições materiais e higiênicas para fazer isso. A outra pessoa concordou, dizendo que não tinha pensado nisso.

Esse não era seu foco, porque não está próximo da realidade ou das preocupações dela. Mais uma vez eu digo, nada há de errado nisso. Seria impossível uma única pessoa pensar em todas as questões possíveis, envolvidas em cada situação. Nem é dever de cada um fazer isso. 

Eis a questão. Eu acredito que cada um de nós tem a perfeita capacidade de captar um ponto de vista diferente e que pode agregar informação e ajuda aos demais.

O que não ajuda é ter a mente focada apenas naquilo que se pode ver do seu próprio ponto de vista, esquecendo ou julgando outros pontos diferentes.

E afinal, porque acontecem discórdias baseadas nos pontos de vista diversos?

Certamente, não é porque eu, estando de um lado, vejo o número 9 e você, estando do outro, vê o número 6 e sim porque, muitas vezes, nos acomodamos na posição em que vemos o mundo e não nos colocamos no lugar do outro.

É muito rico o mundo dos pontos de vista, se paramos para pensar. É mais enriquecedora a postura de estar aberto ao novo, ao diferente, e mesmo àquilo que julgamos errado, já que pode estar errado apenas na nossa visão, ou pela aparente falta de informação.

Como se diz por aí, vivemos em uma democracia, onde todos têm o direito e, porque não dizer, o dever de apresentar sua contribuição para o mundo. Só é preciso fazer isso com consciência e respeito.

É possível conciliar pontos de vista diferentes quando estamos abertos.

Você não acha?

 


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