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“Por favor, olhem para o meu papai” Uma historinha sistêmica

“Por favor, olhem para o meu papai”  Uma historinha sistêmica
Leo Costa
out. 4 - 5 min de leitura
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“Por favor, olhem para o meu papai”

Uma historinha sistêmica 

Instituto Alegria | Agosto 2017

Joãozinho comporta-se mal na sala de aula e isso faz com que os colegas o excluam. O que ninguém sabe é que ele age assim por amor ao pai, que está preso. Por amor ao pai, que é mal falado e "odiado" por todos na família, ele age de maneira a trazer o pai para o dia-a-dia. É como se ele dissesse: "Olhem para o meu papai, vejam o amor que sinto por ele. Ele é importante para mim. Se ninguém olha para ele, eu o represento aqui."

Um dia, por um acaso, a professora fica sabendo da situação do papai de Joãozinho e, ao invés de criticá-lo, silenciosamente dá a ele um lugar no seu coração. Ela sabe que aquele é o papai certo para Joãozinho (se não fosse aquele papai, não seria Joãozinho!) e separa bem o pai - que deu a vida ao aluno - do homem - que terá de lidar com as consequências do que fez. Ela sabe que é apenas a professora e que entrar nessa história seria demais para ela.

Com o tempo, essa postura silenciosa e amorosa da professora produz um grande efeito nela e em Joãozinho, que agora não precisa mais direcionar o seu amor para um mau comportamento. O amor dele pode fluir para o papai através da professora.

Joãozinho agora vai para a escola mais feliz, pois sente-se respeitado em sua inteireza. Afinal, ele é metade o papai e metade a mamãe, e quando o papai é excluído, metade dele também é.

Os dias passam, e o olhar respeitoso da professora começa a deixar os alunos um pouco intrigados. "Se essa professora ama e respeita o papai de Joãozinho, que está preso, ela também pode amar e incluir os meus pais do jeito que são. Sinto que posso me abrir mais para ela e para a aprendizagem."

Dessa forma, o amor da professora passa a movimentar o coração dos alunos que, sentindo-se também amados e respeitados em sua inteireza pela professora, sentem-se tocados, também, pelo amor que Joãozinho tem pelo seu pai. Eles se reconhecem de forma bem profunda em Joãozinho: no amor que sentem pelos seus pais todos eles são iguais, e isso os une. Joãozinho faz parte! O lugar dele agora é reconhecido, e todos no grupo de repente tornam-se mais ricos, pois a diversidade encheu-lhes os bolsos de coisas novas para aprender. No fundo, compreenderam, eles tinham medo do novo e do diferente. E era exatamente esse tipo de riqueza que Joãozinho trazia e que agora todos podiam repartir. Naquela sala, o novo agora é bem-vindo e as diferenças têm um lugar.

A professora assistia a tudo isso, silenciosamente, e com muita alegria no coração. Ninguém sabia, mas ela também teve um papai com uma história semelhante.

Chegou em casa um dia, relaxou no sofá e abriu uma pingente em forma de coração que sempre carregou no peito. Ali estava a foto dos pais dela. Ela sorriu para eles e silenciosamente disse: “Obrigada.”

Gostou da historinha? Tocou seu coração? Então aproveite! Se daqui a um tempinho quiser compreender mais, leia o texto abaixo, um breve comentário sobre o pano de fundo da história:

Bert Hellinger diz:

“Aquele que não é mencionado, que é demonizado, deve sempre receber um lugar. Assim que ele recebe um lugar, o sistema é curado como um todo, porque recebeu um lugar. Um excluído é novamente acolhido. Aí, todos os outros podem orientar-se de uma nova maneira.”

Comentários:

É nos excluídos que reside grande parte da força necessária para transformar um sistema. Por isso, quando olhamos para o excluídos, passamos a ter uma força especial. Por quê?

1. Porque entramos em sintonia com uma força que não é vista e, portanto, pouco explorada pelos membros do sistema. Esse olhar nos dá uma vantagem como ajudantes.

2. Porque nos inserimos numa Grande Alma que não permite exclusão. Ao olharmos para os excluídos, nos inserimos de forma mais plena no fluxo dessa grande alma.

3. Porque, ao olhar para os excluídos, ganhamos a confiança dos demais. Na profundidade, somos todos bons e sabemos que somos parte de uma grande família. Quando olhamos para todos, sem distinção, de alguma forma movimentamos a alma do grupo. Um bom líder sabe o efeito que tem essa postura a partir desse olhar inclusivo.

4. É nos excluídos que está  o amor que deixou de fluir para os demais membros do grupo. Olhar para os excluídos significar acessar esse amor e permitir que ele flua no grupo, para os demais.

Leo Costa  - Instituto Alegria


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