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POR QUE AS PESSOAS AGEM DE ACORDO COM SUAS EXPECTATIVAS?

POR QUE AS PESSOAS AGEM DE ACORDO COM SUAS EXPECTATIVAS?
Suzana Langner
dez. 14 - 5 min de leitura
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Em geral, as pessoas se comportam como se espera que se comportem. Quando esperamos que elas mostrem amistosas, há maior probabilidade de que o façam do que quando esperamos que se mostrem amistosas, há maior probabilidade de que o façam do que quando esperamos que se mostrem hostis e as tratamos com reservas. Pacientes de analistas freudianos tendem a ter sonhos freudianos, sucedendo o mesmo na escola de Jung. Há inúmeros exemplos que ilustram esse princípio em todas as áreas da experiência humana.

Em comparação com a riqueza de relatos pessoais e anedotas, os experimentos que investigam os efeitos de expectativa de experimentador sobre o comportamento das pessoas parecem fantasiosos e triviais. São, porém, importantes no sentido de que permitem analisar empiricamente esses efeitos e traze-los para a esfera do discurso científico. De fato, centenas de experimentos mostram que os pesquisadores podem alterar o resultado de investigações psicológicas, desviando-os na direção de suas expectativas.

Eis um exemplo:

Um grupo de catorze estudantes de psicologia recebeu “treinamento especial” num “novo método de interpretação do procedimento Roschach”.  Teriam de perguntar as pessoas que padrões viam em manchas de tinta. Sete deles foram induzidos a crer que psicólogos experientes obtinham mais imagens humanas que animais de seu sujeito. Os outros sete receberam as mesmas manchas de tinta, mas com informação e que, psicólogos experientes, haviam descoberto que elas suscitavam com a proporção maior de imagens animais. Os segundo grupo, é claro, obteve muito mais imagens animais que o primeiro.

Menos comum é a demonstração empírica de os efeitos de semelhantes expectativas não se limitam a experimentos de curto prazo em laboratório. Nas escolas, por exemplo, o modo que os professores tratam os alunos e, consequentemente, o modo como os alunos aprendem é bastante influenciado por expectativas.

Um exemplo clássico é o chamado ”experimento Pigmaleão”, realizado numa escola primaria de São Francisco pelo psicólogo de Harvard, Robert Rosenthal, e seus colegas. Esses prestigiosos cientistas convenceram os seus professores de que alguns de seus alunos estavam prestes “a explodir” intelectualmente e iriam alcançar êxitos notáveis naquele ano letivo. Os psicólogos geraram essa crença aplicando a todos os alunos um teste que descreviam como uma nova técnica de predição de “explosão” intelectual e chamavam de “Teste Harvard de Aquisição Infletida”. O professor recebeu, de cada classe, os nomes dos 20% dos alunos que se sairiam melhor na verdade era apenas um teste de inteligência não verbal, e os nomes dos que iriam explodir haviam sido escolhidos a esmo.

Ao término do segundo ano foi novamente aplicado o mesmo teste de inteligência a todos os alunos: as crianças “promissoras” da primeira série obtiveram uma media de 15,4 pontos de QI acima dos controles; as da segunda serie 9,5 pontos. Não apenas os alunos “promissores” tendiam a marcar mais pontos como os próprios professores passaram a considerá-los mais simpáticos, ajustados, afetuosos, curiosos e felizes. Esse efeito foi bem menos acentuado da terceira série em diante, provavelmente porque ali os professores tinham suas próprias expectativas em relação ao alunos e as criadas pela equipe de Rosenthal, não puderam competir com reputação já afirmadas. Vários estudos subsequentes confirmaram e ampliaram essas conclusões.

Os críticos alegaram que a forte motivação de Rosenthal e seus colegas e seus colegas para encontrar efeitos de experimentador havia distorcido seus próprios resultados. Rosenthal replicou que, se tal acontecera apenas provava de outro modo a tese que defendia: Poderíamos realizar um estudo em que os pesquisadores fossem divididos em dois grupos: o primeiro faria experimentos de expectativa da maneira usual, ao passo que os segundo se sujeitaria a medidas de vigilância que impedissem a expectativa do pesquisador principal de ser comunicada aos demais.          

Suponhamos que o efeito de expectativa médio, para o primeiro grupo, fosse sete e para o segundo zero, ainda assim consideraríamos isso uma prova do fenômeno do efeito expectativa!

Embora, nas ciências médicas e comportamentais os procedimentos duplamente cegos, sejam rotineiramente empregados para combater os efeitos de experimentador, esses métodos só em partes são eficientes. Alguns efeitos persistem sendo mais claramente observáveis no efeito placebo da pesquisa médica.

OS SETE EXPERIMENTOS QUE PODEM MUDAR O MUNDO - RUPERT SHALDRAKE

 


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