Saber Sistêmico - Comunidade da Constelação Familiar Sistêmica
Saber Sistêmico - Comunidade da Constelação Familiar Sistêmica
Você procura por
  • em Publicações
  • em Grupos
  • em Usuários
VOLTAR

POR QUE CONSTELAÇÃO NA ÁGUA?

POR QUE CONSTELAÇÃO NA ÁGUA?
Neiva Maria de Mattos
nov. 24 - 6 min de leitura
0100

As pessoas sempre me perguntam porque eu sou tão encantada com a realização das constelações na água.

Bem... na verdade eu sou encantada pelas constelações porque eu sou romântica e as pessoas românticas gostam de estrelas, e também porque eu sou realista e os realistas gostam de completar.

As pessoas realistas não gostam de nada incompleto, não querem deixar nada pela metade. Também sou uma professora, por isso um tanto didática e metodológica, o que implica buscar as ferramentas apropriadas para cada circunstância.

É importante saber que as ferramentas e os instrumentos não são mais importantes do que a pessoa que busca alivio para a sua dor e o terapeuta que se dispõe a cuidar do ser.

Mas preferência é escolha, é liberdade, e isso todo mundo gosta, eu também. Justamente por isso tenho essa paixão pela água. Ela é livre, corre solta pelos rios, contorna os obstáculos, sempre em direção ao mar. Mesmo quando represada ou evaporada, ressignifica a sua existência e segue fecundando a terra, gerando vida e sendo essencial para a sobrevivência. Traz em si todo um simbolismo de sacralidade, limpa, lava, purifica.

E quanto mais transparente melhor.

A transparência nos movimentos da constelação que vai revelando as causas e ao mesmo tempo curando as dores, na água torna-se ainda mais impactante para a minha alma. Lembro-me que quando eu era noviça, na porta da nossa capelinha havia um cartaz com a imagem de uma bela cachoeira e um pensamento que dizia: “É nas quedas que a água gera energia”. 

E essa pequena frase faz sentido em minha vida até hoje, 36 anos depois de tê-la visto pela primeira vez.

Talvez porque eu seja daquela geração que aprendeu a esperar para revelar as fotografias. Ver surgir daquele pequeno rolo de filme escuro as imagens coloridas parecia mágica, principalmente quando descobri que as imagens precisavam ser mergulhadas na água para completar o processo de revelação.

Essa mesma geração tomava banho de chuva, de bica, de rio. Brincava nas poças d’água e nas enxurradas, tomava água do poço e mesmo vivendo em casas com goteiras no telhado, aprendeu a ter uma relação prazerosa e generosa com a água.

Eu sei e faço questão de repetir que a prática das constelações sistêmicas não está ligada a nenhuma religião. Mas eu ousaria dizer que a água tem poder.

Quando eu contemplo as figurinhas que se movimentam dentro do recipiente com água, é como se eles tivessem vontade própria, vão para onde eles querem independente de quem os lançou sobre a água, mas também há momentos que eu os percebo sendo levados pela água.

Tem alguns que até parecem teimosos, mesmo eu querendo colocá-los em uma posição, insistem em se movimentar para outra posição. Penso que esses são os movimentos naturais da existência humana, ora seguimos nossas próprias escolhas, ora somos empurrados pela vida, mas de uma forma ou de outra, trilhamos o nosso caminho e cumprimos o nosso destino.

Outra coisa que me atrai nas constelações na água é a possibilidade de olhar de cima, como quem está sobrevoando, podendo perceber o desenho que se forma, e essa imagem pode ser fotografa pela máquina ou pela retina dos olhos, podendo assim eternizar o momento.

Penso que tenho muitos motivos para ter me identificado tanto com as constelações na água, pode ser que tenha motivos que eu ainda desconheça, mas por enquanto aceito o simples fato de que “eu gosto porque gosto”. Gosto de nadar, de pescar, de viajar de barco e de canoa, de banhar-me na cachoeira e no mar.

E se eu gosto tanto de água e gosto de constelações, quando juntamos as duas coisas, seria impossível não me apaixonar.

E além de água e de constelação, eu gosto de ajudar as pessoas e gosto da Olinda Guedes. E essa me parece a receita certa para trabalhar com as constelações na água.

O que eu quero dizer com isso?

Quero dizer que ninguém de nós "inventou a roda", mas estudar constelações com essa Mestra é bem diferente de fazer um curso, dois cursos, três cursos.

Ela não pressupõe que sabe tudo e os outros, os alunos não sabem nada. Ela como que vislumbrando o saber que está dentro de cada um, vai pinçando, buscando, fazendo aflorar, brotar e florescer, gerando um conhecimento para todos. Isso eu vi acontecer tanto no curso presencial quanto no curso online.

Quando eu percebi que algumas coisas  que ela estava falando eu já sabia, ou por intuição ou por experiências vividas no seio de uma família simples, onde aprendemos a respeitar a natureza, honrar a água, não jogar comida no chão, não jogar a água do banho do bebê recém nascido em qualquer lugar e tantas outras coisas que nossas mães e avós nos ensinaram, eu reconheci que esse conhecimento, agora sistematizado, pesquisado, traz um fundamento científico, mas não aquele cientificismo cartesiano mas sim uma abordagem fenomenológica e sistêmica que encontrou eco, ressonância em mim.

Enfim, isso não é místico, mas é Sabedoria.

Neiva Maria de Mattos

Irmã de Jesus Adolescente, Doutora em Ciências da Educação, Terapeuta by Olinda Guedes (Constelações sistêmicas, Oficina de Emagrecimento, Massagem Reparentalizadora).


Denunciar publicação
    0100

    Indicados para você


    Saber Sistêmico - Comunidade da Constelação Familiar Sistêmica

    Verifique as políticas de Privacidade e Termos de uso

    A Squid é uma empresa LWSA.
    Todos os direitos reservados.