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PROFESSORES INFLUENCIAM ALUNOS ADULTOS?

PROFESSORES INFLUENCIAM ALUNOS ADULTOS?
Neiva Maria de Mattos
out. 5 - 7 min de leitura
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PROFESSORES INFLUENCIAM ALUNOS ADULTOS?

Que os professores são uma figura marcante na vida das crianças todo mundo sabe. Essas marcas podem ser positivas ou negativas. Creio, a partir da minha própria história, que na maioria das vezes são positivas. Mas e os adultos, como reagem a influência dos professores?

Bem... eu diria que, em geral, pessoas são influenciáveis e influenciadoras, mas os professores e, de uma maneira bem peculiar, as professoras beiram a um estado que quase escapa aos “seres humanos em geral”. Pois esses profissionais parecem que trazem em sua alma uma placa dizendo que é proibido ser neutro. Penso que até mesmo o fato de ser esquecido, quando, por exemplo, um ex-aluno diz: “eu não me lembro com quem estudei”, de certa forma, já revela essa marca de vazio deixada por alguém, mas não deixa de ser uma marca.

Mas quando alguém salta do ser professor para ser Mestre, aí a história é outra. E não estou dizendo isso em relação à titulação. Ser mestre ou doutor por conta de uma titulação certificada e carimbada é muito bom, mas não é tudo. Eu estou falando do Mestre ao estilo de Jesus de Nazaré.  Ele não atraía alunos, mas conquistava discípulos. Quando falo em discipulado, refiro-me ao seguimento, que para mim significa caminhar nos seus passos.

Parafraseando o meu amigo Pe. Zezinho, eu diria Amar como a Mestra amou, Sonhar como a Mestra sonhou, pensar como a Mestra pensou, viver como a Mestra viveu, sentir como a Mestra sentia, sorrir como a Mestra sorria... e eu ainda acrescento, fazer como a Mestra faz, e na hora da dúvida se perguntar, como a Mestra faria.

Ainda olhando para Jesus; um Mestre não chama o discípulo só para a aula, ele apresenta ao discípulo o caminho para a conversão. Conversão no sentido de mudança de rumo. Não é só um pequeno desvio ou um atalho, mas é um giro de 180 graus, que por vezes deixa a impressão que é preciso começar de novo.

Imagina que eu aos cinco anos de idade, tinha duas certezas para a minha vida: seria professora e seria Religiosa Consagrada, naquela época era comum chamar de freira. Aos 23 anos era uma jovem bem comum, vivia com minha família, trabalhava, estudava, passeava, namorava e gostava de futebol. Aos 26 fiz os meus primeiros votos no Instituto das Irmãs de Jesus Adolescente. A professora que sempre habitou em mim, nunca deixou de lecionar, mas desde os 33 anos estou Diretora de uma escola pública. Aos 42 anos tive que me reinventar para lidar com a morte, aos 48 levei o susto de ser eleita para a Missão de Coordenar o Instituto. Por aí vão as histórias de uma vida.

É bem fácil perceber quantas viradas, mudanças de planos e conversões houve nessa “estrada da vida” e que em todas elas houve Mestres e Mestras apontando o caminho. Mas uma das grandes mudanças veio quando já próximo dos 60 anos conheci alguém que como eu, nasceu professora. O que ela ensina é justamente o que sempre busquei levar para todas as pessoas do mundo, a Felicidade. Acredite, felicidade também se aprende. Ela ensina com as palavras, com os livros, com as mãos e principalmente com a vida. Ao tornar-me aluna da Escola Real e discípula de Olinda Guedes, descortinou-se diante de mim uma infinidade de conhecimentos que eu ainda precisava aprender.

Os Saberes Sistêmicos, nas suas diversas formas, partindo sempre dos princípios da Constelação Familiar, segundo Bert Hellinguer mas com o toque, o charme e a sabedoria de Olinda Guedes fascinou-me de tal forma que eu não pude resistir, mergulhei tanto quanto o tempo e a hora me permitiram. Mas sei que ainda não fiz o necessário, tenho ainda muito a estudar.

Por falar nisso, essa é uma atitude da Mestra que me faz feliz, ela respeita o meu tempo de aprender. Estudar assim torna-se prazeroso. É também prazerosa a metodologia Olinda Guedes, na qual nunca um conteúdo é aprendido só na teoria. Esse aprender fazer fazendo, e vendo como a Mestra faz, oferece segurança para quem aprende e credibilidade para quem desfruta do aprendizado.

Ela ensina como alguém que me toma pela mão e vai fazendo o caminho comigo, aparando as arestas, prevenindo alguns tombos, mas ao mesmo tempo permitindo que eu faça as minhas experiências e construa o meu próprio aprendizado. Para isso vai oferecendo ferramentas, entre elas, os velhos e insubstituíveis livros. Ah! Os livros, essa é mais uma paixão que temos em comum, e isso me encanta e até me assusta. Posso dizer que é possível que ao longo desses anos, eu não tenha conhecido ninguém que já leu tanto e fale com tamanho entusiasmo de tudo que leu.

O que mais essa Mestra ensinou-me sobre felicidade?

Tem me ensinado a ser cada vez mais feliz, sendo ela feliz. Isso não significa que não tenha desafios, medos e outras peças que a vida nos prega e que é inerente ao humano ser. Mas parece superar todos eles, sorrindo. Mas também não quero dizer que ela não fique brava. Oh! Se fica!!? Há determinados temas, assuntos, acontecimentos e circunstâncias que fazem a moça “rodar a baiana”, e quando isso acontece, eu a admiro um tanto mais.

E sorrio.

Acho graça porque sei que vai passar logo e sei que passou quando ela pergunta “vocês entenderam o que eu disse”? Não demora muito ela está perguntando: “não é lindo isso”? E ela mesmo afirma: “é a coisa mais linda do mundo”!

Essa capacidade de se admirar, de se maravilhar com as pequenas coisas, de perceber que há flores em tudo que vê, ensina-me que ser terapeuta é gostar. Gostar de pessoas e gostar de cuidar. Quem gosta se importa, e “quem se importa serve”.  E isso é o que eu chamo de ensinar felicidade.

Mas essa Mestra não ensina só pelo que é, pelo que faz e diz, mas também pelo que tem. Ela tem sete filhos apaixonados e apaixonantes, um monte de gente em volta para colaborar com essa divina missão de ser mãe, formando uma verdadeira aldeia ou comunidade, e para isso tem uma casa enorme que acolhe os que chegam e deixa saudades nos que vão. Tem ainda uma lição imperdível, que é entregue num abraço florido, fofinho e perfumado que nos faz renascer no colo da mãe para tomar a vida e seguir adiante.

É verdade que a minha Mestra tem menos aniversários do que eu, mas com ela eu aprendo tanto, tanto, tanto, que algumas vezes me sinto criança. AH! Aí é o auge da felicidade. Quando a criança interior de uma reconhece a criança interior da outra, elas se tocam, e então o aprendizado se faz.

Então é verdade, professores influenciam, ensinam e ajudam o aluno ser mais feliz, mesmo já sendo adulto.

Por isso, por tudo e para sempre, gratidão Mestra.

 

Nature morte

 

 


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