Morei na frente da praia por anos e sempre ficava curiosa com as pessoas organizando os ritos das datas festivas, principalmente as de ano novo.
O costume de celebrar a chegada de um novo ciclo no calendário não é nada novo. Existe há mais de 4 mil anos. Mas, naquela época, em vez de um "ano" novo, a passagem do tempo era contada pelas estações do ano.
Sou estilo James Bond feminino, observo muito e faço oque percebo ser um caminho possível para mim, mas afinal de contas, pular 7 ondas, não comer porco, usar verde é dinheiro e amarelo saúde, pode mudar meu destino?
Preciso te confessar que as tradições e culturas são uma verdadeira imensidão para mim (Elas são fantásticas, não são?), e não é sobre elas que trago à mesa hoje, mas sobre esses movimentos que fazemos antes e durante, que segue o calendário Gregoriano, no qual comumente utilizamos por anos.
O primeiro povo a celebrar a festa de passagem teria sido o da Mesopotâmia, por dependerem da agricultura para sobreviver, eles celebravam o fim do inverno e início da primavera, época em que se iniciava uma nova safra de plantação.
Adoro o momento de colheita mas creio que saber sobre o plantio direto, pode nos auxiliar a fazer uma colheita promissora também:
- Etapa 1: eliminam-se as camadas compactadas do solo, antes de implantar o sistema.
- Etapa 2: logo após, é preciso nivelar o terreno com sulcos ou valetas.
- Etapa 3: este passo consiste na correção com base nas necessidades do solo.
“A vida lhe nega milagres, até que entenda que tudo é um milagre.” (Hellinguer) Quando um grão se torna uma árvore então é possível ver Deus em sua glória e manifestação.
O dia 31 chega e as inúmeras promessas são feitas, vindas de um lugar onde o final do ano por si só trás uma velocidade de ações rotineiras nos fazendo até não pensar no solo novo que iremos colocar os grãos novamente.
Nós pulamos a etapa 1 e vamos direto para o 2. Como se o nosso sistema não pudesse perceber oque foi feito, como se o nosso sistema não fosse fiel à sua própria harmonia e sinfonia equilibradas. E oque acontece após? Fazemos a etapa 3 de um jeito por vezes menos consistente não permitindo o grão germinar em sua força máxima.
É preciso dar espaço dentro de si para o novo, e esse novo, precisa expandir em um local disponível e livre, caso contrário, será um amontoado de soluções a curto prazo que por vezes ruirá perante nossa saúde física, por exemplo.
Não há nada que a inteligência do corpo físico não demonstre oque na alma já esteja relinchando de sofrimento. É necessário deixar o passado em um lugar seguro de paz e organização, afinal de contas, quem consegue conviver por muito tempo em sua inteireza em meio ao caos e aos panos quentes? Deus nos fez prósperos, sadios, inteligentes, sábios, tranquilos, firmes, resolutos e magestosos como ele.
A terra já tem dono, é Deus. Se você quer se apropriar deste lugar talvez lhe seja mais difícil alcançar voos ousados, porque ele não dorme, ele cuida de quem vê sua presença onisciente. Independente do que você pense sobre ele, ele já é, ele já está.
Os grãos são as nossas histórias e lembranças, como deixa-las no aninomato se é de lá que advém o início de tudo? Impossível.
Na etapa 3, onde há a correção da base do solo (Perceba ainda não foi feito o plantio somente o manuseio da terra é feita.), o processo de plantio começa a ser efetivo e eficiente.
Por vezes, criamos enormes voltas para chegarmos ao início. O início coloca bases fortes para que o novo consiga seguir sem desconfiança, insegurança e medo de desbravar.
Eu sei, é mais fácil falar do que fazer.
Mas, não é sobre performance, ou em quem tem a roupa mais bonita do ano novo, ou os rituais mais bem feitinhos, é sobre plantar em terras férteis respeitando as raízes do seu grão. Onde lado-a-lado com outros grãos, flexibilizando-se com outros mais, exercendo sua potencialidade máxima em sua unidade, porém juntos, formarão a sapiência à altura de nosso DNA divino e de nossa existência essencial.
Beijos preparatórios de boas novas...
Thonia.