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Quando o suficiente é o que basta

Quando o suficiente é o que basta
Simone Belkis
out. 1 - 4 min de leitura
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Eu tenho observado o mundo ao meu redor com um olhar um pouco mais apurado. É o que, pelo menos, tenho buscado fazer. E olhando para tudo, parece que nada tem sido suficiente para encontrarmos equilíbrio e harmonia. Porque ao final, é isso o que se deseja.

Estamos habituados a projetar nossas sombras, responsabilizando o outro pela nossa insuficiência, culpamos o mundo por nossas frustrações, como uma criança culpa o chão pelo ralado no joelho. Estamos por demais inconscientes daquilo que nos basta ou falta. Não sabemos o suficiente de nós mesmos. Do meu ponto vista, essa insuficiência de nos conhecer a fundo acaba por refletir na realidade que vivemos, uma vez que somos co-criadores dela.

O mundo é ilimitado e, ao mesmo tempo, limitado. Existem coisas que não podemos modificar sozinhos e outras que só nós mesmos podemos mudar. Vemos isso, se usarmos como exemplo, a real desigualdade que grupos vivem em termos práticos, monetários, de sobrevivência e etc. O Estado, como entidade, e pressupostamente, tem como função atender essas demandas, em todos os setores. Mas, quando o Estado se torna o pai do povo, passa a ser responsabilizado pelo fracasso desse. 

Não quero defender e nem justificar a falibilidade crônica do Estado no Brasil, pois que ela é uma realidade criada pela insuficiência (também crônica) que adotamos como prática no país. Embora, o Brasil como território seja absolutamente rico, é extremamente escasso em divisão de recursos e renda.

Mas, antes de tecer uma crítica ao Estado por não cumprir com o que lhe cabe por dever, precisamos (urgentemente) nos fazer a pergunta:" - Eu estou fazendo o suficiente?".

O que eu quero dizer com fazer o suficiente? Vamos a um exemplo prático. É bastante comum a sociedade ser movida a um ato generoso quando um tema provoca uma comoção geral. Então, nos solidarizamos e queremos, (ou mais) fazemos questão de orgulhosamente ajudar. Nada de mau nisso, até porque muitas pessoas têm suas vidas literalmente salvas pela comoção geral.

Mas, isso é o suficiente? Será que isso é tudo o que podemos realizar enquanto comunidade? Enquanto indivíduos? Eu vejo que não, pois que a colaboração mínima de todos constrói coisas significativas.

Mas, não é isso que vemos no dia a dia. Vamos dar outro exemplo prático. O lixo jogado na rua. Eu moro em Curitiba, que já foi (ou ainda é, não sei) considerada a capital mais limpa do País. Mas, se você olhar a quantidade de lixo que as ruas têm, irá se espantar e pensar: - Meu Deus, como serão as outras cidades?

É claro, que sempre podemos ver o lado bom de algo. Eu costumo doar as notas fiscais para Projetos Beneficentes e digo que mais de 80% das notas que doo são "catadas" na rua. Amassadas, rasgadas, molhadas. Se cada pessoa que pega a nota no mercado, apenas se dispusesse a colocá-la nas caixinhas que ficam na saída, estariam "matando 2 coelhos como uma cajadada só" (desculpem o dito nada ecológico, mas que ilustra bem o caso), pois estariam contribuindo com os menos favorecidos e mantendo as ruas limpas. Bingo!!!! 

É claro que pequenos gestos como esse não vão mudar o mundo, mas se cada pessoa fizesse apenas aquilo que lhe cabe esse mesmo mundo já seria outro, não é mesmo?

Por isso, digo que fazer o suficiente já é o que basta. E isso inclui muitas coisas pequenas e grandes, mas isso sempre implicará em responsabilidade e para tanto precisamos assumir que se ralamos o joelho foi porque caímos, e muitas vezes, sem ninguém nos derrubar.


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