Estamos no 5° dia de quarentena e, por meio da observação do comportamento nas redes sociais, podemos perceber alguns pontos importantes a serem refletidos.
Observamos que nos primeiros dias houve muita resistência por parte da grande maioria das pessoas, com sentimentos de negação (emocional), raiva, não aceitação, resistência, medo, pânico e histeria. A negação de grande parte das pessoas que nas redes sociais comentavam, de que era apenas uma gripe igual a outras, sem conhecimento. Até mesmo os idosos parecem os mais resistentes que saíam nas ruas normalmente. Vimos que muitas famílias encontraram dificuldades para conscientizar os seus idosos para que permaneçam em suas casas. Também medidas mais severas do Governo, como ter a polícia nas praias, por exemplo.
Pessoas que não acreditam no que está acontecendo, ou simplesmente não ligam para sua vida e a do outro. A negação é um mecanismo de defesa inconsciente e até certo ponto normal no início, permitindo que a mente possa elaborar e se adaptar. Gradualmente esse mecanismo de defesa vai perdendo a sua eficácia, tornando-se inadequado, deixando a dor emocional oculta ascender à superfície. A partir do momento que não podemos negar, temos que aceitar, e seguimos para o enfrentamento da dor emocional e da realidade.
Já o medo, pânico e ansiedade se mostram pelo que as pessoas estão fazendo nos supermercados, comprando excessivamente, mesmo que os dirigentes de supermercados afirmem que não há risco da falta de alimentos. Assim como nas farmácias, a escassez de máscaras, álcool gel, luvas e alguns medicamentos. Esse comportamento fez com que houvesse uma reorganização desses locais como restrição de circulação de pessoas, pois estava gerando aglomeração. Isso nos mostra o quanto está afetando o emocional das pessoas frente à Quarentena. O medo do pior, do que não se sabe, do vírus desconhecido, da morte.
Os estudos frente à quarentena, em sua maioria, indicam efeitos psicológicos negativos como sintomas de estresse pós-traumático, sintomas depressivos, tristeza, abuso de substância, estado confusional e irritabilidade. Especialmente entre profissionais de saúde, observou-se maior probabilidade de ocorrência de exaustão, distanciamento social, ansiedade frente a pacientes febris, irritabilidade, insônia, dificuldade de concentração, indecisão, prejuízo na performance laboral, relutância ao trabalho ou resignação. Poucos estudos relataram pacientes em quarentena com sentimentos positivos como felicidade, alívio e proteção.
Os fatores estressores observados incluem: o próprio estado de quarentena, o qual implica em modificação da rotina e limitação da mobilidade, duração prolongada da quarentena, medo de infecções, frustração, tédio, suprimentos inadequados, informação limitada, perdas financeiras e estigma. Alguns autores sugerem que os impactos psicológicos prolongados gerados pela quarentena podem durar até três anos após, e que o histórico de transtorno mental consiste em fator de risco para a maior durabilidade dos impactos psicológicos negativos.
O que podemos fazer para amenizar esse estado emocional? Nos reorganizar e adaptarmos a essa mudança, resiliência e equilíbrio emocional. Quanto mais equilíbrio eu tiver, mais decisões acertadas conseguirei tomar frente aos próximos dias, o que há por vir. O estresse diminui a imunidade, por isso quanto mais equilibrados nos mantivermos, melhor superaremos essa crise. Precisamos nos adaptar a essa situação de crise. Ficar em casa não é simples para as pessoas que estavam acostumadas a uma rotina intensa diariamente. Aproveite esse momento para se (RE)conhecer, (RE)adaptar e se (RE)inventar.
Você já pensou que após essa crise passar tudo vai ser reorganizado? As formas de trabalho e contato social, não serão como antes, construiremos uma nova era com diversas mudanças. O que aprendemos? Que nossas ações refletem no mundo. O que plantamos de bom e ruim reflete no planeta. Muitos profissionais e empresas nesse momento estão pensando como reconstruir esse futuro após a crise. Por que não aproveitar esse tempo para pensar sobre essas mudanças? A sua área profissional poderá ser da mesma forma daqui para a frente? Saia da zona de conforto, mas não saia de casa!
Fonte: http://www.engeplus.com.br/noticia/geral/2020/aspectos-psicologicos-da-quarentena-5-dia
Edna Telles
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