A Daisy Duarte, na semana que se foi, teceu comentário à crônica 'E o telefone que não toca':
“E eu vou ter meu PRIMEIRO Dia das Mães, da minha vida!
E, pela GRAÇA de Deus, não ficamos nenhum dia na fila. O telefone tocou rápido demais pra nós!
Quando a história deles chegou a nós, pensamos: 'Não é exatamente nosso perfil', mas lembramos do que aprendemos, não estamos a procura de filhos para pais, mas pais para filhos!”
O seu perfil, escreveu a Daisy, “Era um menino de até 11 anos, mas nasceram para nós um menino de 11 e uma menina de 9!”
- Quase gêmeos … - Comentei.
- E olha que eu sou gêmea! - Respondeu a Daisy.
A frase da Daisy é um quadro de Van Gogh, Dalí, Monet, Tarsila:
“Não estamos à procura de filhos para pais, mas pais para filhos”.
Isto é prioridade absoluta. Mães e pais são necessários. Filhos são uma consequência. Muitos há que estão à procura de filhos, mas, na verdade, estão à procura de si próprios, dos seus desejos, dos seus sonhos incompletos. Quisessem filhos, bastaria abrir a porta. Há diversos esperando.
Parabéns, Daisy! Não sei em que cidade você vive, mas sei que é neste nosso planeta Terra. Não há um planeta B – como disse o presidente da França. Desejo aos filhos, quase gêmeos, da Daisy todo o amor do mundo, todo o carinho do orvalho da manhã tecido em noites de cuidados! Que esse quadro seja repleto das melhores cores, dos matizes que sempre vivem!
Haverá outono, sim. As folhas caídas vicejarão. Haverá inverno. Um frio intenso para que Farroupilha venda malhas. Haverá primavera, com suas flores e seus perfumes. Haverá verão e gaivotas catando mariscos na areia.
Não pretendo fazer apologia à adoção. A paternidade e a maternidade, às vezes, são doloridas e contundentes.
A criação dos filhos passa por pais singulares que entendam a delicadeza dos filhos. Independe da idade, da cor, da saúde e do sexo dos filhos. Depende do amor e da ternura dos pais.
Entender isso é transformar vinho em água … ou água em vinho (para aqueles que seguem o Evangelho) ...
Texto de Mario Romano Maggioni.