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Relacionamento de Casal: O amor que nos faz bem – Constelação Familiar de Bert Hellinger

Relacionamento de Casal: O amor que nos faz bem – Constelação Familiar de Bert Hellinger
Salete Ximenes
out. 30 - 8 min de leitura
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Viemos ao mundo através dos pais. Deles, recebemos em nossos primeiros anos o que necessitamos em afeto, cuidados e nutrição. Nesses primeiros anos eles nos bastam.

Mas o tempo anda pra frente (sempre), e à medida que crescemos, nosso mundo se amplia para novas possibilidades e descobertas.

Por volta da adolescência, surge para nós a alegria de encontrar em outra pessoa também um lugar de acolhimento, de afeto e de segurança. E começamos a voltar à atenção para isso.

Movimentamos-nos com entusiasmo nestas novas possibilidades que o mundo nos apresenta. Procuramos por algo sem saber direito o que é. Nosso instinto recém descoberto nos guia pelas alternativas.

Seguindo em frente

Passado o primeiro momento da descoberta, que por vezes dura anos, de repente nos deparamos com a possibilidade que este novo mundo – agora não tão novo assim – possa oferecer algo um pouco além do que estamos acostumados.

Há uma possibilidade de um vínculo profundo, e aos quais desejamos. E que também nos amedronta. Um lugar que promete tesouros, ao mesmo tempo em que exige nosso comprometimento quase incondicional. Um lugar de sérias brincadeiras.

“Quando somos crianças, experimentamos uma grande felicidade ao sentir que pertencemos a nossa família, não importa se a atmosfera é alegre ou tensa. Vivemos essa sensação de pertencimento como benção em nosso coração. Depois crescemos, e como adultos, continuamos pertencendo a nossa família de origem, mas já não experimentamos a doce sensação de pertencer a nossos pais. Passamos a ter a necessidade de pertencer com outras pessoas, especialmente um (a) parceiro (a).”

Joan Garriga, no livro “O Amor que nos faz bem.”

Há algo especial neste movimento que junta pessoas desconhecidas, porém com algo em comum. Há um mistério do qual todos participamos.

Neste lugar há também algo do nosso ser que fareja nossas atrações e também nossas repulsas. Coisas sob as quais nem sempre estamos cientes, embora percebemos seus efeitos com clareza.

E com todas estas informações, seguimos procurando por algo que, como humanos, desejamos profundamente: amar e sermos amados, em plena confiança.

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O que nos move nos relacionamentos afetivos?

Quando adentramos no espaço destes relacionamentos, e investimos neles, muitas vezes nos vemos perdidos em sentimentos confusos, que parecem jogar contra nossa felicidade.

Por que dói, quando desejo e me dedico à felicidade?

Por que, mesmo com toda minha boa intenção, o que desejo não se materializa?

O amor é complexo e sua manifestação nos relacionamentos também. Todos estamos tentando fazer o nosso melhor, não de uma forma egoísta, mas por ser desta forma que nossa bússola interna se orienta. Esta é a linguagem que compreendemos em nosso interior.

E muitas vezes, o que nos move internamente é a defesa de um afeto interrompido, que imprime em nosso ser o medo de passar novamente pela ocasião onde uma dor aconteceu.

Outras vezes, o que nos move são histórias que ouvimos quando crianças, ou que vivenciamos a partir dos nossos pais.

São muitas as lembranças que carregamos no corpo, impressas em nossa emoção, em relação aos nossos afetos. E eles nos acompanham diariamente, mesmo sem termos consciência disto.

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Somos presentes do amor.

Essas impressões – boas e difíceis – surgem todas no mesmo lugar de onde também viemos.

Nosso lugar original é o amor de nosso pai e de nossa mãe. Foi desse encontro que nós nascemos. Mas mesmo assim, uma linhagem grande, de muitas pessoas que se encontraram e que vieram antes, compõem nossa origem em sua totalidade.

E cada uma dessas pessoas amaram um amor diferente.

Por vezes, movimentos bruscos geraram a fagulha da vida que seguiu adiante. Movimentos que não entendemos e que recriminamos, mas que permitiu que algo tenha seguido adiante. A dor de perceber isto muitas vezes também está contido na forma como nos relacionamos ou mesmo que evitamos nos relacionar.

Ainda que sejamos presentes do amor, somos também resultados de muitas formas de expressão desse amor ao longo do caminho. E como percebeu Bert Hellinger em seus estudos e observações, tudo isto nos influencia.

E para que serve um relacionamento?

Joan Garriga, em seu livro “O Amor que nos faz bem” fala que o relacionamento é um espaço privilegiado para que possamos experimentar e sermos influenciados pelo diferente, seja pelo gênero, seja pela cultura familiar diferenciada, pelos hábitos ou pelos valores diferentes.

Nos relacionamentos temos a oportunidade de aprender a conviver e respeitar com o que nos parece estranho. O relacionamento nos permite olhar para isso que nos causa estranheza e integrar, proporcionando crescimento.

“Por minha experiência como terapeuta, eu diria que o relacionamento se sustenta bem enquanto nos permite desenvolvimento e crescimento, motivação e impulso, ou seja, enquanto continua sendo interessante para nosso próprio caminho de realização e nos permite ir abrindo nosso coração mais e mais. Nesse sentido, um relacionamento é, na realidade, um vínculo profundo, mas baseado em um contrato, ou seja, uma relação contratual, condicional, diferente, portanto, da relação entre pais e filhos, que é – pelo menos em princípio – incondicional.”

Joan Garriga, em “O Amor que nos faz bem.”

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O amadurecer

Ao nos expormos ao que é diferente do que estamos acostumados em nosso meio familiar, o relacionamento se torna um espaço ideal que nos permite crescer e nos desenvolver.

Com isto, temos a possibilidade de nos despedir do mundo infantil e adentrar no mundo adulto.

E, se estivermos disponíveis, esta travessia em direção ao mundo adulto poderá nos propiciar a uma intimidade e a um amor verdadeiro, onde olhamos as diferenças de cada parte do relacionamento e trabalhamos para integrá-las. Dessa forma, ambos ganham, e algo novo surge.

A natureza do relacionamento amoroso está além do prazer que desejamos. Ela é uma forma em que entramos em contato sim com o prazer, mas também com a dor e o sofrimento, de forma muito poderosa.

Aceitar estes dois lados e acolher, principalmente o que é difícil, é um dos principais caminhos do amadurecimento na relação de casal.

Sombras

Todos temos espaços de sombra em nosso ser. Aquilo que é difícil, que é o “canto escuro” em nossa personalidade e que influencia nossa vida de forma ampla. Relutamos em entrar em contato, e muitas vezes sequer temos boas ferramentas para olhar para isso, porém convivemos diariamente com sua manifestação.

Dessa forma, é muito bonito quando, numa relação, a sombra de cada um vem a tona, e em vez de causar a ruptura, ela se torna uma possibilidade para, em segurança, ser vista, acolhida e trabalhada.

Este é um dos serviços mais difíceis do amor. Mas também é uma das maiores possibilidades de crescimentos dentro dos relacionamentos humanos.

Quando somos aceitos naquilo que consideramos difícil, assumimos nossa responsabilidade pessoal, e ao mesmo tempo nosso parceiro ou parceira permite e aceita o que expomos, encontramos o ser humano em sua totalidade.

A aceitação do outro nos ajuda a aceitar o que pra nós é difícil. Conseguimos uma porta de saída do teatro da perfeição e mergulhamos numa realidade madura, consciente dos nossos pontos de melhoria.

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O relacionamento é um caminho

Percebemos que o relacionamento é um caminho para nosso desenvolvimento enquanto humanos, e também o lugar de onde a vida se faz possível.

É também no desafio contido no relacionamento que encontramos o espaço para nos experimentarmos e aprender a olhar para o diferente, que está externo a nós.

Todos viemos como frutos de um relacionamento, e é no nosso movimento em direção aos nossos próprios relacionamentos que nos permitimos fazer parte de um fluxo que vem de muito longe. Este fluxo aguarda nossa iniciativa para também passar por nós e seguir adiante.

Estes são os bons presentes dos relacionamentos: a oportunidade de crescer e de seguir adiante através do fluxo da vida.


Fonte: Ipê Roxo - Instituto de Constelação Familiar


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