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RELACIONAMENTOS CONJUGAIS DO MEU SISTEMA FAMILIAR

RELACIONAMENTOS CONJUGAIS DO MEU SISTEMA FAMILIAR
Kelly Aparecida do Prado Toledo
dez. 1 - 3 min de leitura
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Os meus avós maternos morreram quando eu era pequena, mas como sempre tive fome de pertencimento e muita curiosidade em saber tudo sobre o amor, agora vejo com clareza que a vó materna tinha um sentimento de medo ou dívida com o vô.

Parece que não podia olhar para os comportamentos disfuncionais dele, absorvendo e se sobrecarregando, se tornando neutra.

Ela depreciava ou explorava a existência do feminino como obrigação pela existência da família e ficava a disposição do masculino com passividade. Noto que sentia raiva de si mesma por não conseguir impor limites na relação...

Ele parecia bravo, distante, apático, antissocial, desesperançado e amargo.

Meu avô paterno era doce, inteligente, transmitia paz, serenidade, sabedoria, alegria e fé na vida.

Minha vó paterna era trabalhadora, criativa, alegre, doce, gosta de gente... Foi firme, forte e solitária em situações difíceis devido a falta de parceria do vô. Ele sentia ciúmes e não a deixava trabalhar na colheita de café, nem usar calças dizendo que ela ficava feia e parecia "bunda de vaca".

Ouvi o seguinte:

Ele não é esse ovinho cozido que vocês veem.

Notei mágoas e percebi que passaram necessidades financeiras e falta de apoio mútuo, se distanciando nas dores e olhando para direções opostas.

Meus pais se apoiam, são parceiros, parece que apesar das dores e amor interrompido em relação ao seus pais, se amam e tem admiração um pelo outro. Chorei muito com os insights que tive escrevendo isso. Vejo as repetições do feminino ferido, do machismo da época e as lealdades dos meus avós que se manifestaram no meu antigo relacionamento.

Fiquei num casamento adoecido durante 15 anos. Deveria ter durado 5 mas eu não tinha força para me separar. Foi uma longa jornada de sofrimento e medo num relacionamento abusivo, "fazendo de conta" que a pessoa não me traía, que era diferente do que as pessoas me falavam.

Eu o protegia e ficava muito fraca, com auto estima baixa, depressão, doente com aquele abuso. Lutei para a sobrevivência física e financeira, tanto minha quanto do meu filho, deixei o amor doente de lado mas saímos arranhados.

Depois dessa jornada eu aprendi que posso fazer diferente, que posso viver sozinha por um tempo se precisar, não preciso de um homem, a não ser que seja para acrescentar...

Quero uma pessoa leve, amorosa, conectada com a existência... Não perfeita, mas que aprecie a vida com amor, nos nossos momentos juntos!

Acredito que encontrei.

 

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