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RELATO DE UMA CONSTELAÇÃO DE COMUNIDADE DE DESTINO

RELATO DE UMA CONSTELAÇÃO DE COMUNIDADE DE DESTINO
Juliana Menuzzo Lauandos
abr. 19 - 4 min de leitura
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A cliente L. (a inicial é para preservá-la) quis constelar para a sua netinha C. Como nos ensina a mestra Olinda, podemos colocar o tema para uma pessoa que tenha um bom lugar em nosso coração. 

Quando conversei com a cliente, a mesma se emocionou falando da netinha, demonstrando um profundo amor por ela. 

Como o sintoma se tratava de gagueira, eu sabia que a netinha estava emaranhada a memórias traumáticas. Quando a cliente me contou sobre a história de seus antepassados, havia guerras, perdas decorrentes das mesmas, violências. Além da questão da fala da netinha, havia história de perda auditiva no sistema familiar. Isso me chamou a atenção.

Nas guerras, o foco era a sobrevivência. Eram tempos terríveis e opressores, em que não se podia falar e nem ouvir. O que se via se transformava em trauma pessoal e transgeracional.

As pessoas ficavam congeladas.   

No início da constelação em grupo, o medo estava presente na maioria dos representantes. Quando a “Cura” falou, havia um chiado tão forte, quase insuportável de ouvir. Logo percebi que a representante não era a “Cura”. Porém, naquele momento, não sabia quem ela representava. 

A “Mãe” e a “Neta” se incomodavam ao olhar para o “Bisavô”, porque ele representava todos os homens que sofreram nas guerras. Ele próprio tinha sequelas físicas da guerra. 

Em certo momento, apareceu uma mulher no campo, dizendo que sentia muitas cólicas menstruais, tristeza, medo… No decorrer da constelação, foi ficando claro que ela representava as “Mulheres Esquecidas” na época das guerras. Era muito sofrimento e abandono…

Novamente, quando a “Cura” falou, veio um chiado alto e doído de ouvir. A minha sensação era de que o sistema precisava ouvir coisas difíceis, quase insuportáveis, para se curar. Neste momento, eu disse “é difícil ouvir, mas é melhor ouvir do que não ouvir”.  

Perguntei à representante “Cura” se ela se sentia enquanto o “Perpetrador”, mas ela respondeu que não. Questionei se ela se via como a “Gagueira” e ela respondeu de forma afirmativa. 

Após colocar uma música para voltar para o colo de mãe e receber esse amor, os representantes melhoraram um pouco.   

Um momento surpreendente foi quando a representante da “Gagueira” perdeu a conexão com a internet e saiu da sala zoom. Eu disse “Parece que a gagueira não precisa mais estar aqui”. A minha sensação foi a de que o sintoma não precisava mais existir. 

Mais próximo ao final, a “Neta” chamou pelo pai. Uma pessoa que, até então, estava fora do campo, entrou por ressonância. O “Pai” declarou seu amor pela filha “Neta”. Foi lindo de ver! Chorou bastante e disse que nunca havia sentido um amor tão profundo em uma constelação. 

Neste momento, foi possível expressar as frases de cura para que a netinha carregasse apenas o que lhe pertencia e fosse liberada. Perdão, alívio e cura surgiram. 

A representante “Gagueira” retornou dizendo que estava muito bem. Não havia mais chiado. Então, percebi que, naquele instante, ela era a Cura. 

Ao final, vários representantes disseram que já haviam tido problemas de gagueira ou relacionados à fala. A querida Sizumi nos ensinou que se tratava de Comunidades de Destino. Ahhh que lindo!!! 

O campo é capaz de juntar as pessoas certas para que a Cura aconteça! 

Gratidão!

 

Obs.: o texto foi publicado com a autorização da cliente.  



 


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