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QUANDO SE TORNAR MENOR, SIGNIFICA SE TORNAR MAIOR.

QUANDO SE TORNAR MENOR, SIGNIFICA SE TORNAR MAIOR.
Paula Azevedo
jun. 9 - 5 min de leitura
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“...Quem quiser ser importante, que sirva os outros”. Mateus 20.26

Cheguei ao final de mais um ciclo, sinto um aperto em meu coração quando penso em me despedir desta etapa...

Há quase 01 ano comecei a Jornada com Olinda Guedes, eu estava feliz, com muitas expectativas, umas reais, outras irreais (acho que a maioria delas...)

Eu acreditava que seria fácil, que daria conta do conteúdo do curso, que logo estaria atendendo...

Nada disso!

Esta formação exigiu muito de mim, e não faço esta afirmação de um lugar de vítima!

Esta formação exigiu o que foi preciso para o meu crescimento, para o meu amadurecimento, para o aperfeiçoamento de uma pessoa que está a serviço da vida.

Uma das lições mais preciosas que aprendi foi que quem se importa, serve!

E durante o curso fui percebendo que eu não tinha mais desculpas para não servir, não se tratava mais das minhas feridas, da minha história difícil, das minhas dores, de carregar sofrimento pelos meus antepassados, tratava-se da minha disposição, da minha posição diante da vida.

Vencendo meus medos e meu crítico interno, criei uma página no Instagram em outubro de 2020 para transmitir saberes sistêmicos. É uma página humilde, com poucos seguidores, mas é por onde tenho alimentado e provocado o coração do meu pequenino rebanho.

Eu gosto de escrever, sempre pensei em escrever um livro, e neste ano também dei um passinho. No próximo mês terei publicados 3 textos meus numa Antologia Poética Coletiva, esse movimento só foi possível porque me abri ao fluxo da vida, e esta abertura foi provocada porque me entreguei ao processo de cura e transformação proporcionadas pela formação.

E por falar em formação, esta em especial fala de ORDEM, penso que o principal resultado foi me tornar uma pessoa mais humilde, me tornar uma pessoa menor, com mais contato com a terra.

Eu ainda sou muito arrogante, mas posso afirmar que abandonei uns 70 por cento (talvez menos) da minha arrogância... Eu acreditava que era maior que meus pais, que meu esposo, que meus colegas de trabalho, com as professoras com quem eu trabalho.

 Pense numa pessoa inflada... Imatura, mas inflada... Pois é, eu!

Eu me colocava como grande até para receber os ensinamentos da Olinda, e por isso, durante um tempo não conseguia receber...

Tudo o mais o que aconteceu de transformador foi em consequência disso, de abandonar a arrogância e dar lugar a uma nova postura.

O trabalho com as constelações ainda são um desafio, porque eu sou uma pessoa muito mental, muito racional. Na verdade, ser racional foi um mecanismo de defesa que minha criança adotou para poder sobreviver ao meu ambiente familiar. Então, tudo que não passa pela minha mente, e que não posso controlar, se torna um problema... As constelações sistêmicas são intervenções sensoriais, logo, eu tive muitas dificuldades para sair do racional.

Posso afirmar que a Filosofia Sistêmica desafiou minhas certezas.

Concluo esta etapa ainda com grandes desafios, ainda existem padrões que não consegui mudar, posturas difíceis de abandonar, mas também foi aqui que aprendi que cura é jornada, que feito é melhor que perfeito, que posso daqui olhar para trás e ver o quanto caminhei, que posso valorizar e celebrar minhas conquistas.

Já não importa mais uma mãe que exigiu muito de mim, que exigiu muito mais que eu poderia dar... O que a vida exige de mim agora é que eu tenha paciência, que eu recupere a paciência que ficou perdida pelo caminho.

Uma vez, Olinda afirmou que a “Paciência é a ausência do tempo”. Tempo sem ontem e sem amanhã. Tempo sem pressão, sem exigências, sem cobranças...

Os milagres precisam do tempo!

Agora eu sei que padrões relacionais que levaram décadas, ou até mesmo gerações para se construir e se solidificar, não se desfazem em pouco tempo. Eu continuarei trabalhando e me completando.

Sinto uma paz que tem se aprofundado, suporto um pouco melhor a frustração, nem tudo tem que ser como eu quero, na hora que quero.

Eu tenho mais recursos para lidar com minha ansiedade.

Ansiedade é um registro forte em meu sistema no que diz respeito ao relacionamento com o tempo... Se o tempo é mãe, ansiedade é a falta, a ausência do pai...

Hoje é mais fácil lidar com minhas dores, percebê-las sem a compulsão de negá-las ou anestesia-las... Eu olho para o vazio e sinto a dor, sem me sentir pressionada a escondê-los. Eu vejo o meu pai, olho e o aceito assim como ele é.

Minha vida não mudou, meu passado, minha história não mudaram, mas algumas percepções sobre ela sim, estas mudaram.

E assim vou ressignificando minhas dores e escrevendo um novo presente, e consequentemente um futuro mais feliz para mim e para meus descendentes.

Está tudo bem eu não estar perfeita, eu ainda não morri! Logo ainda há muito trabalho pela frente!


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